Produtividade na indústria cai 0,3% no segundo trimestre

A produtividade do trabalho na indústria de transformação brasileira voltou a cair, embora em ritmo menor, revela a Confederação Nacional da Indústria (CNI). Segundo a pesquisa Produtividade na Indústria, o indicador recuou …

A produtividade do trabalho na indústria de transformação brasileira voltou a cair, embora em ritmo menor, revela a Confederação Nacional da Indústria (CNI). Segundo a pesquisa Produtividade na Indústria, o indicador recuou 0,3% no segundo trimestre, após cair 1,4% no primeiro trimestre do ano.

O indicador expressa a razão entre o volume produzido e o número de horas trabalhadas. De abril a junho, a produção industrial subiu 0,9%, mas as horas trabalhadas aumentaram 1,3%. Apesar da queda, a CNI considera que o recuo de 0,3% na produtividade do trabalho significa estabilidade.

Produtividade na indústria cai 0,3% no segundo trimestre

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De acordo com a CNI, a produção manteve o ritmo de crescimento no segundo trimestre, enquanto as horas trabalhadas continuaram a crescer, mas em ritmo menor que no trimestre anterior. Isso, segundo a confederação, indica a estabilidade do indicador.

Ao medir a produtividade pelo total de trabalhadores, em vez do número de horas, o indicador tem resultados melhores, com alta de 0,4% no segundo trimestre. Segundo a CNI, esse é o melhor resultado nessa medição desde o segundo trimestre de 2022.

Na avaliação da CNI, a expectativa é que a produtividade cresça nos próximos trimestres com o fim dos ciclos de treinamento dos trabalhadores recém-contratados. Outro fator que deve melhorar a produtividade, informou a CNI, são as medidas recentes do governo federal que criam melhores condições para as empresas investirem na modernização industrial. A entidade cita as linhas de financiamento do eixo Indústria Mais Produtiva do Plano Mais Produção e a nova lei de depreciação acelerada, regulamentada recentemente.

Histórico

De 2013 a 2023, a produtividade da indústria brasileira acumulou queda de 1,2%. Esse resultado reflete redução de 16,5% nas horas trabalhadas e redução maior no volume produzido, de 17,4%. A queda concentrou-se nos cinco últimos anos.

Na primeira metade da década, até 2018, a produtividade industrial acumulou crescimento de 7,1%. O ganho, no entanto, foi mitigado pela queda de 7,8% na segunda metade da década. Segundo a CNI, boa parte da queda decorreu da retração da demanda e dos juros altos, que prejudicaram os investimentos da indústria.

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BC alerta sobre golpistas que prometem resgate de recursos esquecidos

Toda e qualquer tentativa de facilitar a consulta ou saque do dinheiro esquecido em bancos ou instituições financeiras que não sejam de sites oficiais do Banco Central são golpe. O alerta foi feito pelo BC em seu site e nas …

Toda e qualquer tentativa de facilitar a consulta ou saque do dinheiro esquecido em bancos ou instituições financeiras que não sejam de sites oficiais do Banco Central são golpe. O alerta foi feito pelo BC em seu site e nas redes sociais.

“O único site onde você pode consultar e saber como solicitar a devolução dos seus valores, da sua empresa ou de pessoas falecidas é o https://valoresareceber.bcb.gov.br”, informou a autoridade monetária.

BC alerta sobre golpistas que prometem resgate de recursos esquecidos

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O prazo para resgate de recursos venceu na quarta-feira (16). Portanto, quem perdeu o prazo pode acabar sendo iludido com alguma promessa de viabilização de resgate fora do prazo. Muitos golpistas, inclusive, pedem pagamento antecipado pelo serviço.

Segundo o BC, foram identificados, em redes sociais e aplicativos de troca de mensagens, diversos anúncios relativos ao dinheiro esquecido nas instituições financeiras, que direcionam as pessoas a sites que não são os oficiais do Banco Central.

“Qualquer outro site é falso! Não usamos nenhuma página como consulta brasil, brasil consulta, consulte aqui, receba seu dinheiro ou semelhantes”, ressalta a instituição ao enfatizar que todos os serviços que o Banco Central do Brasil oferece são gratuitos.

O BC acrescenta que não envia links nem entra em contato com as pessoas para tratar sobre valores a receber, nem para confirmar dados pessoais.

“Somente a instituição que aparece no Sistema de Valores a Receber é que pode te contatar e ela nunca vai pedir sua senha. Não clique em links suspeitos enviados por e-mail, SMS, WhatsApp ou Telegram”, complementa.

Dinheiro esquecido

Cerca de 42 milhões de pessoas físicas e 3,6 milhões de pessoas jurídicas possuem valores a receber esquecidos no sistema financeiro. Até agosto, cerca de R$ 8,6 bilhões não haviam sido sacados – R$ 6,62 bilhões por pessoas físicas a R$ 1,97 bilhão por empresas.

Os recursos não sacados terão como destino a conta única do Tesouro Nacional, para atender à lei que compensa a prorrogação da desoneração da folha de pagamento de 17 setores da economia e de 156 municípios, aprovada em setembro pelo Congresso, para compor os R$ 55 bilhões que entrarão no caixa do governo para custear a extensão do benefício.

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Governo Federal decide não adotar o horário de verão neste ano

O Governo Federal descartou a adoção do horário de verão neste ano. O anúncio foi realizado pelo ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, em entrevista coletiva no início da tarde desta quarta-feira (16/10). Ele afirmou ter debatido o tema com especialistas do setor e pontuou que a adoção da política pública será discutida em […]

O Governo Federal descartou a adoção do horário de verão neste ano. O anúncio foi realizado pelo ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, em entrevista coletiva no início da tarde desta quarta-feira (16/10). Ele afirmou ter debatido o tema com especialistas do setor e pontuou que a adoção da política pública será discutida em 2025. “Ontem à noite e hoje, na última reunião com o Operador Nacional do Sistema Elétrico [ONS], chegamos à conclusão de que não há a necessidade da decretação do horário de verão para esse período, para esse verão”, declarou Silveira.

Governo Federal decide não adotar o horário de verão neste ano

“Temos a segurança energética assegurada. É o início de um processo de restabelecimento da nossa condição hídrica ainda muito modesto, mas temos condições de chegar, depois do verão, em condição de avaliar a volta desta política [para o ano que vem]”, acrescentou.

“O pico do custo-benefício do horário de verão é nos meses de outubro e novembro, até meados de dezembro. Se nossa posição fosse decretar o horário de verão agora, usufruiríamos muito pouco deste pico. Porque teríamos que fazer um planejamento mínimo para os setores poderem se adaptar. Conseguiríamos entrar com isso só em meados de novembro e o custo-benefício seria muito pequeno”, explicou o ministro.

Fonte de energia

Silveira relembrou que a principal fonte de energia da matriz elétrica brasileira é a hidrelétrica. “Graças a algumas medidas de planejamento feitas durante um ano, conseguimos chegar com nossos reservatórios a índices de resiliência que nos dão certa tranquilidade”, garantiu. “O Brasil é um país que ainda tem, na sua grande maioria de força, energia firme [produzida em um período crítico com as piores condições de escassez], modal de energia hídrica, em especial por causa das Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs) e grandes usinas que foram construídas nos dois mandatos do presidente Lula: Belo Monte, Jirau e Santo Antônio – que reforçaram muito nossa segurança energética nacional”, assegurou.

“Tivemos o maior zelo e cuidado de fazer esse debate, tanto com os maiores especialistas do Brasil, do setor elétrico, quanto com nossos auxiliares das vinculadas, assim como o Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico, que se reuniu durante dez vezes, nos últimos 45 dias, para discutir a efetividade e a imprescindibilidade da decretação do horário de verão”, complementou.

Alexandre Silveira também afirmou avaliar a política do horário de verão como instrumento importante para assegurar, especialmente nos momentos de sobrecarga na ponta e transição energética, o crescimento das energias intermitentes. “Perdemos carga de energia solar no fim do dia, o que aumenta a ampliação do uso das energias e, consequentemente, aumenta o despacho de energia térmica”, disse.

O horário de verão brasileiro foi instituído em 1931. Seguiu sendo adotado de forma irregular até 1985, quando passou a ser implementado sistematicamente, com a justificativa de contribuir para a redução do consumo de energia elétrica e beneficiar setores de lazer e consumo como o turismo, comércio, bares e restaurantes a partir do melhor aproveitamento da luz natural.

 

Fonte: Agência Gov

Atividade econômica cai 0,2% em agosto, diz FGV

O Monitor do PIB-FGV indicou um recuo de 0,2% na atividade econômica em agosto em relação ao mês anterior. Na comparação interanual houve crescimento de 3,4% em agosto e 4,1% no trimestre móvel terminado no mesmo mês. O acum…

O Monitor do PIB-FGV indicou um recuo de 0,2% na atividade econômica em agosto em relação ao mês anterior. Na comparação interanual houve crescimento de 3,4% em agosto e 4,1% no trimestre móvel terminado no mesmo mês. O acumulado em 12 meses até julho ficou em 2,8%. Os números foram divulgados nesta terça-feira (15) pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV).

Atividade econômica cai 0,2% em agosto, diz FGV

Para a coordenadora da pesquisa, Juliana Trece, o motivo da retração da economia pelo segundo mês consecutivo é a estagnação da indústria e a retração dos serviços. Segundo ela, entre as três grandes atividades econômicas, somente a agropecuária evoluiu na comparação de agosto com julho.

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Juliana acrescentou que pelo lado da demanda, foi registrado avanço na maior parte dos componentes. Os menores níveis de exportação de produtos agropecuários e da extrativa mineral impactou os números da exportação, que apresentou queda relevante de 2,5% e foi a exceção.

“A partir disso, embora pela ótica da demanda a maior parte dos componentes tenha tido desempenho positivo, as exportações líquidas negativas superaram esse crescimento, resultado relevante para a queda do PIB em agosto”, explicou,.

A pesquisa indicou que o comportamento da exportação de produtos agropecuários e da extrativa mineral, que tinham influenciado com cerca de 8 pontos percentuais (p.p.), em conjunto, para o desempenho trimestral positivo das exportações no ano passado, contribuíram apenas com 1,2 p.p. no trimestre encerrado em agosto, sendo a menor contribuição desde fevereiro de 2023.

Consumo

O consumo das famílias aumentou nos diferentes tipos, movimento notado ao longo deste ano. De acordo com o Ibre, o que mais contribuiu para o desempenho do trimestre encerrado em agosto, foi o de serviços, embora o de não duráveis e de duráveis tenham também ajudado com expressivas contribuições.

Ainda no trimestre terminado em agosto, a Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) avançou significativamente e o destaque ficou com o desempenho do segmento de máquinas e equipamentos. Conforme o Ibre, desde o segundo trimestre, este segmento tem contribuído positivamente, em parte, “devido à base de comparação deprimida de 2023”.

Apesar do menor impacto, os segmentos da construção e de outros da FBCF também influenciaram o desempenho.

As importações registraram elevação relevante em todos os tipos. O destaque ficou com os bens intermediários que puxaram o crescimento. No mesmo movimento de avanço ficaram os bens de consumo, os serviços e os bens de capital.

Monitor do PIB-FGV

O monitor estimou que, em termos monetários, o PIB de 2024 acumulado até julho, em valores correntes, atingiu R$ 7,570 trilhões.

Na série a valores correntes, a taxa de investimento em agosto de 2024 ficou em 18,1%. “Acima das taxas médias de investimento desde 2000 e desde 2015”, concluiu o Ibre.

O indicador estima mensalmente o PIB brasileiro em volume e em valor e foi criado para que a sociedade tivesse uma referência mensal do PIB, tendo como base a mesma metodologia das Contas Nacionais do IBGE.

“A série inicia-se em 2000 e incorpora todas as informações disponíveis das Contas Nacionais (Tabelas de Recursos e Usos, até 2021, último ano de divulgação) bem como as informações das Contas Nacionais Trimestrais, até o último trimestre divulgado (segundo trimestre de 2024). Para realizar esses cálculos são usadas cerca de 500 informações de volume e de preço, conjugadas com a última Tabela de Recursos e Usos disponível no nível de 52 atividades e 109 produtos”, informou o instituto, em nota.

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Simples Nacional acumula dívida de R$ 26,7 bilhões

A Receita Federal comunicou na última 5ª feira (10.out.2024) que MEIs, as microempresas e empresas de pequeno porte já podem acessar os Relatórios de Pendências de contribuintes para evitar a exclusão do sistema Simples Nacional. A dívida acumulada de brasileiros devedores ultrapassa os R$ 26,7 bilhões. É necessário regularizar o Termo de Exclusão em até […]

A Receita Federal comunicou na última 5ª feira (10.out.2024) que MEIs, as microempresas e empresas de pequeno porte já podem acessar os Relatórios de Pendências de contribuintes para evitar a exclusão do sistema Simples Nacional. A dívida acumulada de brasileiros devedores ultrapassa os R$ 26,7 bilhões.

Simples Nacional acumula dívida de R$ 26,7 bilhões

É necessário regularizar o Termo de Exclusão em até 30 dias após seu acesso inicial. Caso a pessoa jurídica não regularize sua situação, a exclusão da empresa do Simples Nacional ocorrerá a partir de 1º de janeiro de 2025.

Cerca de 1,1 milhão de MEIs brasileiros são devedores do sistema. Há a possibilidade de pagar o valor devido à vista ou em parcelas.

Os termos de exclusão foram emitidos entre 30 de setembro e 4 de outubro deste ano. Os portais do Simples Nacional, Domicílio Tributário Eletrônico, e-CAC ou o site do governo (nível prata ou ouro) podem acessar as informações.

 

Fonte: Poder360

Sebrae alerta: notícia sobre exclusão de atividades do MEI é falsa

Recentemente, começaram a circular na internet e nas redes sociais falsas notícias que informavam que 34 atividades haviam sido excluídas da categoria Microempreendedor Individual (MEI), em 2024. A Agência Sebrae de Notícias foi atrás da veracidade dos fatos e confirmou que as matérias são, na verdade, fake news. É importante informar que não houve qualquer […]

Recentemente, começaram a circular na internet e nas redes sociais falsas notícias que informavam que 34 atividades haviam sido excluídas da categoria Microempreendedor Individual (MEI), em 2024. A Agência Sebrae de Notícias foi atrás da veracidade dos fatos e confirmou que as matérias são, na verdade, fake news.

Sebrae alerta: notícia sobre exclusão de atividades do MEI é falsa

É importante informar que não houve qualquer exclusão de atividades do MEI em 2024. Nesse caso, vale a pena um esclarecimento com relação às ocupações do MEI. O que prevalece e no que as pessoas efetivamente se formalizam é na ocupação.

Helena Rêgo, analista de desenvolvimento territorial do Sebrae.

Atualmente, existem 466 ocupações permitidas para o MEI que podem ser consultadas por meio do site do Gov.br. “A CNAE, que é a classificação nacional de atividades econômicas, pode causar alguma confusão, mas o que vale para a formalização do microempreendedor individual é a ocupação que se baseou na classificação brasileira de ocupações a CBO”, reforça a analista.

O Sebrae faz um alerta que os empreendedores fiquem sempre atentos às notícias que são divulgadas na internet. Em caso de dúvidas, a orientação é acessar os sites oficiais do Governo ou entrar em contato com Central de Atendimento do Sebrae pelo 0800 570 0800.

Fonte: Sebrae

‘Reforma tributária traz coisas que não existem em nenhum lugar do mundo’

É difícil acompanhar o currículo de Ana Cláudia Akie Utumi. Sócia da Utumi Advogados, são 32 anos de experiência em questões tributárias. Graduada em direito pela Universidade de São Paulo (USP) e em administração pela Fundação Getulio Vargas (FGV-SP), ela tem mestrado pela PUC São Paulo e doutorado pela USP, além de MBA em finanças […]

É difícil acompanhar o currículo de Ana Cláudia Akie Utumi. Sócia da Utumi Advogados, são 32 anos de experiência em questões tributárias. Graduada em direito pela Universidade de São Paulo (USP) e em administração pela Fundação Getulio Vargas (FGV-SP), ela tem mestrado pela PUC São Paulo e doutorado pela USP, além de MBA em finanças e mercado de capitais pelo Ibmec.

‘Reforma tributária traz coisas que não existem em nenhum lugar do mundo’

Ana Cláudia também preside desde o ano passado o WIN (Women of IFA Network) – IFA é a sigla da International Fiscal Association – e ainda lidera a seção brasileira do Advising Families Across Generations (Step), organização com mais de 21 mil membros (advogados, contadores, administradores e outros profissionais) que auxilia famílias a planejar o futuro, o mundo do wealth management.

Nesta entrevista à DC NEWS, Ana Cláudia Utumi faz um diagnóstico bastante realista da Reforma Tributária brasileira e traz duas notícias. Uma boa: “A reforma será aprovada este ano”. Uma má: “Há coisas nela que nenhum país do mundo adotou”. A seguir, trechos de sua entrevista.

DC NEWS – Você participou no fim de setembro de mais uma audiência pública da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado sobre a reforma tributária. Há alguma boa notícia?

Ana Cláudia Utumi – O texto não está pronto para a votação. Então, de fato vai precisar de muito mais trabalho do relator, o senador Eduardo Braga (MDB-AM). Hoje já são mais de 1,3 mil emendas. Mesmo assim é possível que o relatório não demore muito. A ideia do Senado é votar o Projeto de Lei Complementar (PLP) 68 ainda este ano. As alterações feitas no Senado ainda terão de voltar para a Câmara, mas deve sair este ano.

DCN – A Emenda Constitucional (EC) 132 já estabeleceu quem pode ser beneficiado. Por que ainda há tanta discussão da Lei Complementar?

Ana Cláudia – O Senado acabou tendo um papel importante na determinação de quem estará incluído. Isso acontece porque a Lei Complementar é que, de fato, implementa a Reforma Tributária. A Constituição não cria atributos, ela atribui competências. E é a Lei Complementar que de fato cria a tributação. O segundo ponto importante é que a Constituição traz os setores, mas não traz especificamente os produtos.

DCN – Como?

Ana Cláudia – Por exemplo. O setor de aparelhos médicos. Dentro dele eu posso ter absolutamente tudo. Ter aparelhos para deficiência, e posso ter aparelhos para tratamentos estéticos. Então, quem vai trazer quais são os aparelhos médicos que vão merecer o incentivo é justamente a Lei Complementar.

DCN – Mas a Câmara já discutiu isso, não?

Ana Cláudia – Já, em parte, mas continua no Senado. E agora é o momento para, vamos dizer, ‘se eu não consegui na Câmara dos Deputados eu preciso conseguir no Senado’. E se consegui na Câmara dos Deputados preciso ter certeza de que o Senado não vai retirar.

DCN – Uma briga sem fim…

Ana Cláudia – Um cabo de guerra. É aquela história do cobertor curto. Como o cobertor é curto, não dá para dar benefício a todo mundo. Então, temos alguns setores que vão ter redução e os que não vão ter, vão ter aumento.

DCN – Um desses nós, especialmente para pequenos e médios empreendedores, é o split payment. Como você avalia a solução proposta na reforma?

Ana Cláudia – O PLP 68 fala o seguinte: se você comprar mercadoria, você paga IBS e CBS na compra. Se vai revender essa mercadoria, enquanto o seu fornecedor não pagar o IBS e o CBS para os cofres públicos, você como comprador não tem direito a crédito. Dessa forma, o que o PLP está fazendo? Está tirando dos estados e dos municípios e da União o problema da inadimplência tributária. Porque se eu sou sua fornecedora e não pago o IBS e CBS por qualquer motivo, você que é o comprador fica prejudicado e acaba não conseguindo tomar o crédito.

DCN – Terceirizou a inadimplência, ou mesmo a sonegação, pro setor privado?

Ana Cláudia – Sim. Se você comprou de mim, por exemplo, algo por R$ 100 e tem 30% de IBS e CBS e vai vender a um terceiro por R$ 300, teria de pagar R$ 90 de IBS e CBS. Na hora de vender por R$ 300 você vai pagar os R$ 90 mais os R$ 30 do fornecedor que não recolheu aos cofres públicos.

DCN – E o que o governo diz sobre isso?

Ana Cláudia – A União, os estados e municípios estão falando nesse PLP algo como, ‘olha, como a tecnologia bancária no Brasil é muito forte, vamos fazer o seguinte: quando a empresa compradora for passar um Pix para a empresa fornecedora, em vez de pagar o valor cheio – no caso, R$ 100 – vai passar um Pix de R$ 70’. Esses R$ 30 de diferença são o split payment. Nada mais é do que uma retenção.

DCN – E quem cuidará dessa intermediação?

Ana Cláudia – Qualquer instituição financeira. E aí é difícil a gente pensar numa forma de eu pagar o meu fornecedor hoje em dia que não envolva o sistema eletrônico. Qualquer um que for pagar o fornecedor verá essa retenção. E quando eu falo qualquer um, é qualquer um mesmo. Se eu, pessoa física, vou numa loja no shopping, faço uma compra e pago no cartão de crédito, o sistema do cartão de crédito vai olhar que eu comprei um vestido na loja X, paguei R$ 200, tinha R$ 60 de IBS e CBS, então daquele meu débito de cartão de crédito saem os R$ 200 da minha conta e em vez de chegar R$ 200 para a loja vão chegar R$ 140, porque R$ 60 vão ficar no caminho.

DCN – Um baita problema pro lojista, não? Até porque ele também tem créditos tributários

Ana Cláudia – Sim. Digamos que o lojista vai ter retido R$ 60, mas tem na contabilidade R$ 40 de crédito. Os governos juram que o sistema do split payment vai conseguir ler esse crédito. Então, em vez de reter R$ 60 na hora, vão reter apenas R$ 20. Os R$ 60 [da tributação] menos os R$ 40 [de crédito].

DCN – Em que lugar do planeta há algo assim?

Ana Cláudia – Em nenhum.

DCN – Nenhum?

Ana Cláudia – Nenhum. Na verdade, uma das críticas que se tem ao split payment é que em outros países essa retenção de imposto só é feita naqueles casos em que se tem uma pulverização muito grande e uma chance de sonegação muito grande. Vou dar um exemplo: as plataformas de compras. Às vezes, na mesma plataforma você tem 100 mil fornecedores. O que é mais fácil para o Fisco? Fiscalizar 100 mil lojistas ou fiscalizar uma plataforma? Fora do Brasil é comum usar o split payment em plataformas eletrônicas. Ou então fazer com que a plataforma eletrônica forneça informações para o Fisco. Mas esse sistema de fazer a retenção no intermediário financeiro e retenção geral não existe.

DCN – Há outros problemas além desse?

Ana Cláudia – Há. Outro ponto é o seguinte: digamos que eu tenha R$ 60 de débito na tributação, mas tenha acumulado R$ 100 de crédito de várias coisas que eu comprei, de vários fornecedores. Eu vou ao sistema do split payment e vou gastar todos os meus créditos antes de começar a fazer retenção? Ou ele vai alocar o meu crédito por produto, fazer algum tipo de alocação proporcional?

DCN – Essa centralização não vai afetar também estados e municípios?

Ana Cláudia – Vai. Hoje, quando o estado de São Paulo arrecada o ICMS, ele arrecada tanto o que foi débito para o vendedor quanto o ICMS que foi crédito para alguém. Se no mês houve um recolhimento de ICMS de R$ 100 milhões, dos quais R$ 40 milhões foram registrados como crédito para as empresas, hoje entram no caixa do estado de São Paulo R$ 100 milhões. Com o sistema proposto sob o Comitê Gestor vão entrar pro estado de São Paulo R$ 60 milhões. Os outros R$ 40 milhões vão ficar no caixa do Comitê Gestor, esperando o momento em que os contribuintes que tiverem direito a esses R$ 40 milhões de créditos venham usar o crédito ou pedir o dinheiro de volta.

DCN – Qual a probabilidade de isso dar certo?

Ana Cláudia – Sou um tanto cética em relação a esse sistema de retenção no Comitê Gestor.

DCN – Por quê?

Ana Cláudia – Porque esse dinheiro do crédito de imposto é usado no orçamento dos estados. E do dia para a noite, ao final do período de transição, os estados não vão mais poder considerar esse dinheiro. Aí, na hora em que começar a faltar dinheiro para pagar funcionalismo, para fazer investimentos já empenhados, para pagar a merenda das escolas e tudo o mais, a chance é grande de esses estados entrarem no Supremo Tribunal Federal para falar, ‘olha, tem um monte de dinheiro ali no Comitê Gestor e eu não tenho dinheiro para pagar o 13º do funcionalismo’. Qual a chance de o Supremo falar, ‘não, você tem de se virar’? Ou será que o Supremo vai dizer, ‘pois não, realmente o interesse público do gasto estatal é mais importante do que o interesse dos particulares que têm direito à restituição e, portanto, estado de São Paulo, está aqui o seu dinheiro’?

DCN – Tempestade perfeita à vista?

Ana Cláudia – Eu não duvido da implementação do sistema, ou de que o Comitê Gestor tenha todas as condições para controlar. Ok. Mas sobre esse dinheiro ficar sentado ali no caixa do Comitê Gestor é, para mim, um ponto de interrogação. Por isso considero que ninguém consegue prometer, escrever em pedra, que a restituição vai ser rápida mesmo.

DCN – Mas aí o governo vai trabalhar – eu vou usar o verbo ‘trabalhar’ e quase estou usando ‘atrapalhar’ – o fluxo de caixa tanto do privado quanto do público. Vai fazer uma ingerência num dinheiro que hoje as empresas, ou cidades e estados, usam para fazer ganho financeiro, porque o ganho operacional não está acontecendo.

Ana Cláudia – Sim.

DCN – Quando a discussão da Reforma Tributária nasceu, eu não ouvi uma voz contrária. Agora, ela nem está pronta e só ouço críticas. Ela nascerá destruída?

Ana Cláudia – Era necessária. Pode não ser perfeita, mas vai ser melhor do que temos.

DCN – O quão desconfigurada ela está?

Ana Cláudia – Bom, em relação à melhoria do ambiente de negócios, de fato haverá. Não vamos ter 27 legislações estaduais e quase 5,8 mil legislações municipais. Só que não dá para dizer que o novo sistema é simples. Ele não é. Ele é bastante complexo. A gente já tem mais de 600 artigos em dois PLPs. É uma complexidade gigantesca. E está longe de ser o sistema que realmente aproxima o Brasil dos outros países.

DCN – Por quê?

Ana Cláudia – Não é o imposto sobre valor agregado.

DCN – O que é?

Ana Cláudia – É um imposto não cumulativo, que não arrecada tudo no final da cadeia como fazem os americanos no sales tax. Nos EUA, quando vou no caixa descubro o quanto de imposto tem lá e pago ali, que é o sales tax. No caso brasileiro, eu vou pagando a cada etapa. Então, é um sistema não cumulativo, não é um sistema de imposto sobre valor agregado. Esse é o primeiro ponto. O segundo é que se trata de um sistema não cumulativo com uma exigência que não existe em lugar nenhum do mundo.

DCN – Qual?

Ana Cláudia – A exigência de que o imposto tenha sido recolhido aos cofres públicos para dar crédito.

DCN – Outra jabuticaba?

Ana Cláudia – Sim, porque estou literalmente passando a função da gestão da inadimplência para o próximo da cadeia. O governo está lavando as mãos quanto à inadimplência. Isso não existe em nenhum país do mundo, não tem nenhum país que coloque dessa maneira. E essa questão do split payment generalizado também não encontra paralelo no mundo.

DCN – Sobra algo de bom?

Ana Cláudia – Tem as suas vantagens, sim. Não dá para dizer que é terra arrasada, de jeito nenhum. Tem a vantagem de poder tomar mais créditos do que eu tomo hoje. Porque hoje tem regra de crédito para PIS-Cofins, outra regra de crédito para ICMS, outra regra de crédito para IPI e dentro do ICMS eu ainda tenho 27 variações das regras. Então, claro que melhora. Há pelo menos uma não-cumulatividade melhor. De qualquer maneira não é uma não-cumulatividade que seja perfeita, porque sai dinheiro do meu caixa e não necessariamente eu tenho crédito de imposto.

DCN – Essa ingerência no fluxo de caixa está sendo bem avaliada pelas empresas e governos estaduais e municipais?

Ana Cláudia – Esse ponto do caixa, do fluxo de caixa, eu acho muito importante e poucas empresas estão prestando atenção. Se a gente pegar o caso das empresas de varejo, muitas vezes não é nem questão de trabalhar o dinheiro do Fisco no banco, porque é vender no dia 10 de um mês e recolher o imposto no dia 5 do mês seguinte. E existe muito caso de empresa de varejo que tem as margens muito pequenas. E um giro de caixa muito intenso. Às vezes ela tem um volume de movimentação de caixa muito grande para uma lucratividade proporcionalmente pequena. Isso pode impactar. Porque o lojista que me vendeu o vestido por R$ 200 não vai receber R$ 200. Vai receber R$ 140. Ou um pouco mais se o sistema de crédito funcionar. Vai impactar sim o caixa.

DCN – Outra dor sem solução à vista é que a reforma fragiliza o Simples Nacional.

Ana Cláudia – Se eu não migrar do Simples, vou ter em primeiro lugar um aumento de custo. E em segundo, vou custar mais caro para o meu cliente. Porque como é um sistema não cumulativo, se eu comprei de uma empresa no Simples por R$ 100, e dentro da alíquota do Simples tem lá só R$ 5 de crédito, é R$ 5 que eu vou tomar. Se eu comprei de uma empresa fora do Simples pelos mesmos R$ 100, eu vou tomar um crédito, nesse exemplo, de R$ 30 e não de R$ 5. Então, para mim, enquanto comprador empresarial, vai valer muito mais a pena ter um fornecedor ‘normal’ do que um fornecedor dentro do Simples.

DCN – É quase a morte do Simples?

Ana Cláudia – O Simples vai perder competitividade no custo, porque vai pagar mais caro, porque tem lá embutido o IBS-CBS que ele não toma o crédito. E vai paralelamente perder competitividade perante o cliente, porque o cliente só vai poder tomar crédito do caraminguá de IBS-CBS que estiver lá. O discurso do governo antes de aprovar a própria Emenda Constitucional foi dizer, ‘não, mas peraí: você fica no Simples, só que para IBS-CBS você vai para o sistema ‘normal’.

DCN – Resolve?

Ana Cláudia – Aí, o que vai acontecer? A alíquota que eu vou pagar no Simples diminui, por exemplo, 5%. Só que aumenta o recolhimento do IBS-CBS em 30%. Tá bom, é 30 menos os créditos. Mais do 30 para chegar no 5, com créditos, haja crédito. E estou falando 30% porque o governo já falou em no mínimo 28%. Será que o meu negócio vai ser viável cobrando 30% de imposto? E tem mais um ponto.

DCN – Qual?

Ana Cláudia – Hoje em dia, se eu for fornecer para uma empresa maior, e se pegar os grandes varejistas vários têm pequenos fornecedores, muitas vezes o negociador do preço daquela compra não é o cara que entende de tributário. Então, eu vou chegar para o varejista e vou falar, ‘olha, eu estou aumentando o meu preço, mas veja bem, você vai poder tomar o crédito de tudo.’ Será que o cara de compras vai estar se importando ou vai apenas decidir pensando no caixa desembolsado nas compras? Será que ele vai falar, ‘nossa, coitadinho, realmente, puxa, vou fazer a caridade de desembolsar mais para o meu fornecedor.’

DCN – Uma situação de extrema gravidade.

Ana Cláudia – É uma situação que preocupa muito. Por isso digo para as pessoas que não é uma questão de odiar ou amar a Reforma Tributária, mas sim uma questão de olhar o que está acontecendo e ainda tentar mudar antes da aprovação final. Porque não adianta a gente demonizar e ver aprovada do mesmo jeito. A gente tem de agir para tentar consertar ou reduzir danos.

DCN – E a discussão tem sido nesse nível de detalhe?

Ana Cláudia – Infelizmente, uma boa parte dos congressistas não lê no detalhe, não conhece o texto no detalhe. Mesmo o PLP-68, que foi aprovado na Câmara dos Deputados, teve alterações feitas menos de dez minutos antes da votação.

 

Fonte: Diário do Comércio SP

Quase 248 mil trabalhadores ainda não retiraram abono salarial

Dos mais de 700 mil trabalhadores habilitados para receber abono salarial em setembro, apenas 475.933 fizeram o saque. Segundo o Ministério do Trabalho e Emprego, 247.754 beneficiários ainda não efetuaram o saque, o que corr…

Dos mais de 700 mil trabalhadores habilitados para receber abono salarial em setembro, apenas 475.933 fizeram o saque. Segundo o Ministério do Trabalho e Emprego, 247.754 beneficiários ainda não efetuaram o saque, o que corresponde a R$ 228,65 milhões em valores disponíveis. Os valores pendentes poderão ser sacados até 27 de dezembro na Caixa Econômica Federal e no Banco do Brasil.

Quase 248 mil trabalhadores ainda não retiraram abono salarial

Na Caixa, o pagamento é feito prioritariamente por crédito em conta, nos casos em que o trabalhador possui conta corrente, conta poupança ou conta digital. Pode ser feito também por meio de crédito pelo aplicativo Caixa Tem, em conta poupança social digital aberta automaticamente pela Caixa. No caso de não-correntistas, o pagamento será feito em agências, lotéricas, autoatendimento, Caixa Aqui ou pelos demais canais de pagamentos oferecidos pela instituição.

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Já os pagamentos do abono salarial por meio do Banco do Brasil serão feitos prioritariamente por crédito em conta bancária; transferência via TED, via PIX ou de forma presencial nas agências de atendimento para trabalhadores não correntista e que não têm PIX.

Até agosto, dos 26.151.402 trabalhadores contemplados, 723.687 ainda não haviam retirado os valores a que têm direito.

Pagamento mensal

“Para aqueles que solicitaram revisão do abono salarial por meio de recurso administrativo, os pagamentos serão emitidos mensalmente, todo dia 15 ou no primeiro dia útil subsequente. Informações detalhadas podem ser consultadas por meio da Carteira de Trabalho Digital ou no portal GOV.BR”, informou, em Brasília, o Ministério do Trabalho.

Tem direito ao Abono Salarial trabalhador que atende aos critérios de habilitação, como estar cadastrado no Programa de Integração Social/ Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público (PIS/PASEP) há pelo menos cinco anos, contados da data do primeiro vínculo; ter recebido, de empregadores que contribuem para o Programa de Integração Social (PIS) ou para o Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público (PASEP) até dois salários-mínimos médios de remuneração mensal no período trabalhado.

Além disso, é necessário que o trabalhador tenha exercido atividade remunerada durante pelo menos 30 dias – consecutivos ou não – no ano-base considerado para apuração; ter seus dados, do ano-base 2021, informados pelo empregador corretamente na Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) ou no eSocial.

Informações adicionais poderão ser solicitadas nos canais de atendimento do Ministério do Trabalho e Emprego e nas unidades das Superintendências Regionais do Trabalho, pelo telefone 158.

*Matéria alterada às 10h22 para troca de título

 

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Receita Federal notifica mais de 1,8 milhão de pequenos negócios com pendências no Simples Nacional

Os pequenos negócios optantes pelo Simples Nacional que possuem pendências devem regularizar a situação junto à Receita Federal do Brasil (RFB), sob o risco de serem excluídos do regime tributário a partir de 1º de janeiro de 2025. De acordo com o Fisco, mais de 1,8 milhão de pequenos negócios foram notificados eletronicamente por meio […]

Os pequenos negócios optantes pelo Simples Nacional que possuem pendências devem regularizar a situação junto à Receita Federal do Brasil (RFB), sob o risco de serem excluídos do regime tributário a partir de 1º de janeiro de 2025. De acordo com o Fisco, mais de 1,8 milhão de pequenos negócios foram notificados eletronicamente por meio do Domicílio Tributário Eletrônico do Simples Nacional (DTE-SN). Desse total, 1.121.419 são microempreendedores individuais (MEI) e 754.915 são microempresas (ME) ou empresas de pequeno porte (EPP), com um valor pendente de regularização de R$ 26,7 bilhões.

Receita Federal notifica mais de 1,8 milhão de pequenos negócios com pendências no Simples Nacional

Entre os dias 30 de setembro e 4 de outubro, foram disponibilizados via DTE-SN, os Termos de Exclusão do Simples Nacional e os respectivos Relatórios de Pendências para os contribuintes que possuem débitos com a Receita Federal e/ou com a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional.

O analista de Políticas Públicas do Sebrae Nacional Edgard Fernandes explica que, na maioria dos casos, a exclusão do regime ocorre por inadimplência do empresário, mas também pode acontecer por outros motivos. “Existem outras hipóteses, como estourar o limite de faturamento e não comunicar à Receita Federal, atuar em atividades que não podem ser do Simples Nacional, contrair débitos de outras naturezas junto ao INSS e/ou fazendas municipais, estaduais e federais, ou ainda, possuir uma condição societária diferente da permitida”, exemplifica.

Segundo Fernandes, deixar de optar pelo Simples Nacional é um evento crítico que pode impactar toda a operação da empresa.

A partir da exclusão, a empresa deverá optar pelo regime do lucro real ou do lucro presumido, que possuem complexidades operacionais e cargas tributárias potencialmente maiores do que as praticadas no Simples Nacional.
Edgard Fernandes, Políticas Públicas do Sebrae Nacional.

Se o seu caso for débitos com a Receita, o Sebrae possui uma trilha on-line e gratuita com informações, planilhas e ferramentas para ajudar a colocar seu negócio em dia. “A Jornada Regularize apoia empresários que estão com contas atrasadas”, explica Iuri Andrade, coordenador de canais digitais do Sebrae. Conheça a trilha.

Fique de olho no prazo

Para acessar os documentos, basta entrar no Portal do Simples Nacional, ou pelo Portal e-CAC do site da Receita Federal, via acesso Gov.BR (conta nível prata ou ouro) ou certificado digital. O contribuinte deverá regularizar a totalidade dos seus débitos constantes no Relatório de Pendências dentro do prazo de 30 dias, contados a partir da ciência do Termo de Exclusão, caso contrário será excluído do regime.

A ciência será dada no momento da primeira leitura. Todos os comunicados foram feitos entre os dias 30 de setembro e 04 de outubro. O pagamento dos débitos pode ser feito à vista ou parcelado.

Clique aqui para verificar as orientações para regularização das pendências do Simples Nacional.

O contribuinte que regularizar a totalidade de suas pendências dentro do prazo não será excluído pelos débitos constantes no referido Termo de Exclusão, tornando-o sem efeito. Não há necessidade de o contribuinte ou seu procurador comparecer a uma unidade da RFB ou realizar qualquer outro procedimento após o pagamento dos débitos.

Não concordo com as pendências. Posso contestar?

Quem desejar contestar o Termo de Exclusão deverá endereçar a contestação ao Delegado de Julgamento da Receita Federal do Brasil, protocolada via internet, conforme as orientações disponíveis no site da Receita Federal do Brasil.

Fonte: Sebrae

Faixa de isenção do IR pode passar de R$ 5 mil

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu que a faixa de isenção do Imposto de Renda da Pessoa Física (IPRF) seja ainda maior do que a dos R$ 5 mil prometidos para seu governo durante a campanha presidencial. Segundo Lula, a ampliação dessa faixa vai muito além de um compromisso de campanha. “É um […]

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu que a faixa de isenção do Imposto de Renda da Pessoa Física (IPRF) seja ainda maior do que a dos R$ 5 mil prometidos para seu governo durante a campanha presidencial. Segundo Lula, a ampliação dessa faixa vai muito além de um compromisso de campanha. “É um compromisso de justiça”, disse o presidente ao afirmar que isso será possível a partir da taxação dos super ricos.

“Você não pode fazer com que as pessoas que ganham R$ 5 mil paguem imposto de renda, enquanto quem tem ações da Petrobras e recebe R$ 45 bilhões de dividendos não pague imposto de renda”, disse o presidente durante entrevista à Rádio O Povo, em Fortaleza.

Faixa de isenção do IR pode passar de R$ 5 mil

Entre os argumentos apresentados pelo presidente está o fato de os trabalhadores pagarem proporcionalmente mais impostos do que os ricos. Ele, no entanto, frisou que este é um debate que tem de ser feito de forma transparente e aberta ao público, e que as pessoas têm de saber quem paga o que, e quanto se paga em impostos.

“É isso o que falta nesse país”, disse o presidente. “Não se pode cobrar 27% ou 15% de um trabalhador que ganha R$ 4 mil, e deixar os caras que recebem [muito mais], sem pagar. O que queremos é isentar aquelas pessoas [que ganham] até R$ 5 mil e, no futuro, isentar mais porque, na minha cabeça, salário não é renda. Renda quem tem é o cara que vive de especulação”, acrescentou.

Aplicativos

Lula defendeu também a implementação de políticas que considerem novos mercados de trabalho considerem, em especial, profissões e tecnologias que favoreçam o espírito empreendedor dos cidadãos.

“Tem um novo tipo de trabalhador com o qual nós temos de ter uma preocupação. É, por exemplo, o caso do pessoal que trabalha em aplicativo. É um público que não tem sindicato; que não quer ter carteira profissional assinada. Muitos não querem ter carteira assinada. Portanto temos de nos preocupar com eles na previdência, porque esse cidadão pode ficar doente; pode ter um infortúnio. E ele vai ficar velho. É preciso uma garantia para ele se precaver”, disse o presidente.

Lula defendeu um projeto de lei que estabelece regras voltadas à definição de uma jornada de trabalho para esses profissionais, estabelecendo inclusive a quantidade de horas a serem trabalhadas. “Nem de longe a gente pensa em fazer com que ele deixe de ser o profissional que ele quer ser”, ponderou Lula.

“Inclusive sancionei ontem um projeto de lei chamado Acredita, que é o projeto de lei que mais vai garantir financiamento para pequenos e médios empreendedores e empresários; para a cooperativa; para o pessoal do Bolsa Família que quiser fazer um negócio. Eles vão ter crédito. Vai ser o maior programa de crédito já feito na história desse país, para pequeno e médio empresário, para pequenos empreendedores”, acrescentou.

 

Com informações da Agência Brasil