Senado endurece penas contra empresas corruptas

Um projeto de lei do Senado (PLS 140/2018) torna mais dura a punição contra empresas responsabilizadas por corrupção.

Um projeto de lei do Senado (PLS 140/2018) torna mais dura a punição contra empresas responsabilizadas por corrupção. Pela legislação em vigor (Lei 12.846, de 2013), as pessoas jurídicas condenadas administrativa ou civilmente por atos contra o poder público podem pagar multa no valor de até 20% do faturamento bruto. Além da reparação financeira, o projeto, que aguarda designação de relator na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ), cria duas novas sanções.

A primeira delas proíbe que a empresa responsabilizada por corrupção receba incentivos, subsídios, subvenções, doações ou empréstimos de órgãos, entidades ou instituições financeiras controladas pelo poder público. A punição vai de um a cinco anos e vale apenas no âmbito do ente federativo que sofreu o dano (União, estados ou municípios).

A segunda sanção cancela o vínculo entre a pessoa jurídica e o poder público. O texto prevê a revogação de delegações, autorizações e permissões, a cassação de licenças e a rescisão de contratos relacionados ao ato que provocou o dano ao erário. A administração pública precisa comprovar que houve culpa ou dolo da empresa.

Do senador José Pimentel (PT-CE), o PLS 140/2018 também amplia as situações em que uma pessoa jurídica pode ser enquadrada na Lei Anticorrupção. De acordo com o texto, a responsabilização pode ocorrer mesmo que a firma não receba a vantagem ou o benefício pretendido. A punição independe do tipo de vínculo entre o indivíduo responsável pelo ato de corrupção e a empresa beneficiada pelo crime.

O projeto estabelece ainda a cumulatividade de penas, caso o ato cometido contra o poder público também resulte em infração à ordem econômica. Quando o mesmo ato configurar improbidade administrativa ou crime, o juiz competente pode conceder perdão judicial ou reduzir a pena privativa de liberdade dos representantes das empresas infratoras que colaborem com a investigação e o processo criminal.

Para o senador José Pimentel, o PLS 140/2018 resgata o objetivo original do projeto da Lei Anticorrupção. Segundo o parlamentar, a proposta enviada ao Congresso em 2010 e posteriormente sancionada “sofreu alterações que enfraqueceram o seu resultado”.

“Interesses e pressões de parlamentares levaram a que fossem aprovadas mudanças que tornaram mais frágeis as possibilidades de penalização a empresas corruptoras. A presente proposição visa resgatar as propostas originais e corrigir a lei vigente, para que o poder público tenha efetivamente meios para aplicar sanções”, justifica Pimentel.

 

Fonte: Agência Senado

Link: https://www12.senado.leg.br/noticias/materias/2018/09/26/projeto-endurece-penas-contra-empresas-corruptas

Código de Acesso: Quem pode utilizar no portal eSocial?

Ainda vejo algumas pessoas com dificuldades sobre quem pode utilizar o código de acesso para utilização do portal eSocial.

Portanto vamos lá:

Os empregadores/contribuintes que não obrigados à utilização do certificado digital podem gerar Código de Acesso no Portal eSocial.

São eles:

  • Microempreendedor Individual – MEI com empregado, o segurado especial e o empregador doméstico;
  • Microempresa – ME e a Empresa de Pequeno Porte – EPP optantes pelo Simples Nacional,que possuam até 01 empregado, não incluídos os empregados afastados em razão de aposentadoria por invalidez; e
  • Contribuinte individual equiparado à empresa e o produtor rural pessoa física que possuam até 07 empregados, não incluídos os empregados afastados em razão de aposentadoria por invalidez.

Para obter o código de acesso para pessoa física através do portal, se faz necessário as seguintes informações:

  • CPF;
  • Data de nascimento; e
  • O número dos recibos de entrega do Imposto de Renda Pessoa Física – DIRPF dos dois últimos exercícios.
  • Não possuindo as DIRPF, em seu lugar, deverá ser registrado o número do Título de Eleitor.

No entanto, caso você não possua as DIRPF e título de eleitor o acesso será somente por meio de certificado digital.

Além disso não é possível o envio de informações por procurador utilizando código de acesso.

Para maiores informações, consulte o Manual de Orientação do eSocial para utilização do ambiente WEB GERAL disponível em: http://portal.esocial.gov.br/, MOS e legislações pertinentes.

Fonte: Contabilidade na TV

Link: http://www.contabilidadenatv.com.br/2018/09/quem-pode-utilizar-o-codigo-de-acesso/

 

Que virtude você pode praticar para se comunicar melhor?

Que virtude você pode praticar para se comunicar melhor?

Não tem mágica. Quem deseja se comunicar melhor, realmente deve aprimorar seu jeito de ser para que isso reflita na comunicação. E o caminho para isso é a prática de VIRTUDES.

O QUE SÃO VIRTUDES?

Virtudes são práticas do bem que, se realizadas de forma periódica, podem ser internalizadas para que as ações sejam naturais e repetidas. Todos nós conhecemos as virtudes e de alguma forma aprendemos como praticá-las, mas será que CONTINUAMOS PRATICANDO VIRTUDES NO DIA A DIA?

Será que a correria não te deixa ser GENTIL, porque tem pressa demais para dar passagem para outro motorista, no trânsito, ou para um pedestre? Será que o ritmo do seu dia é tão intenso que não é possível ESCUTAR O OUTRO com intensidade mesmo para entender o que ele pensa e sente e por que motivo age e reage de determinada maneira?

Então, é hora de parar e SE PERCEBER. E, para se perceber, é necessário estar ACORDADO. Quem não se percebe, pode estar anestesiado, repetindo pensamentos, falas e ações não favoráveis sem notar que isso acontece e nem os resultados que promove.

E COMO SE PERCEBER?

Viver o AGORA é o melhor caminho para ganhar mais domínio sobre a ação de se perceber. E estar no Agora não significa apenas deixar de pensar no passado ou se pré-ocupar com o futuro. ESTAR NO AGORA é viver o momento presente em todos os aspectos. Vou te dar algumas sugestões de como praticar o agora para depois replicar a ação para outros comportamentos:

– OLHE para o outro observando tudo, olhe nos olhos para criar mais conexão, perceba se o olhar é triste, inseguro ou de alegria e use essa reflexão para entender como lidar com seu interlocutor. Olhar para o outro não deve ser um ato mecânico e sim um ato de amor;

– OUÇA a voz do outro com os ouvidos abertos. Entenda além das palavras e perceba o humor do outro para ajustar o seu comportamento e tirar melhor proveito dessa relação.

Você pode começar por aí e depois desse treino poderá exercitar tudo isso em você mesmo. Confira um exercício simples, possível de ser feito a qualquer hora:

– SINTA a sua respiração. Você sabe que respira, mas talvez nem se dá conta de que está respirando. Puxe o ar e solte entendendo que está realmente fazendo isso. Viva essa experiência realmente!

Assim, você começa a sua jornada de maior percepção. Internalizar esse novo hábito de viver no agora poderá gerar muitos aprendizados que você poderá aplicar em suas interações, nas situações de comunicação. Aproveito para eleger uma virtude e pratique durante esta semana para alterar a sua forma de se perceber e se comunicar também.

Pratique e analise os avanços.

Autor(a): Aurea Regina de Sá

Fonte: Administradores

Link: http://www.administradores.com.br/artigos/carreira/que-virtude-voce-pode-praticar-para-se-comunicar-melhor/112395/

O não-planejamento que pode afundar sua empresa

A cultura de deixar para última hora pode acabar com a sua empresa poucos anos. Entenda como montar um verdadeiro planejamento e fazer seu negócio decolar.

Trabalhar com um bom planejamento deveria ser um requisito básico para qualquer empreendimento. Infelizmente, nem sempre é o que acontece. Um estudo realizado pelo Sebrae em 2014 mostrou que, na média,55% dos brasileiros empreendem sem elaborar nem mesmo um plano de negócios. E o pior: a cultura do “não-planejamento” persiste mesmo depois que suas empresas abrem as portas.

Pelas contas do Sebrae, apenas 53% dos empreendedores acompanham suas receitas e despesas. E só metade deles (50%) revê e atualiza regularmente seus planos de negócios. Por um lado, esses números explicam por quemetade das empresas brasileiras fecham as portas depois de apenas quatro anos de atividade, segundo o IBGE. Por outro lado, apontam para uma grande oportunidade:

 

OS EMPREENDEDORES QUE TRABALHAM COM UM BOM PLANEJAMENTO TENDEM A ABRIR GRANDE VANTAGEM SOBRE OS DEMAIS
Mas como planejar? Ou ainda: qual a forma mais eficiente de fazê-lo? É sobre isso que falaremos neste capítulo, o quinto da Série para Aumento da Eficiência Endeavor, editado em parceria com a Crunchflow.

 

Indo além do planejamento
Para começar, temos de voltar a um dos mandamentos sagrados da administração: planejar é essencial. Nenhuma empresa consegue sobreviver muito tempo sem saber para onde está indo. Se você é um empreendedor, ou deseja ser, o primeiro passo é elaborar um plano para concretizar a sua ideia.

Aqui mesmo, no portal da Endeavor, é possível encontrar vários conteúdos interessantes sobre planos de negócios, planejamento estratégico e outros tipos de planejamento. Pesquise, leia a respeito e não deixe de seguir os conselhos dos especialistas. É uma forma de evitar problemas e prevenir desperdícios, tanto de recursos como de energia, que podem abreviar a vida do seu negócio.

Mas a nossa intenção é falar de algo que vai além desse patamar básico de planejamento. Queremos abordar oconceito de forecasting. Trata-se de um tipo de planejamento inovador que permite aos empreendedores antever o futuro e extrair o máximo das oportunidades que ainda estão por vir.

 

A era da análise preditiva
No capítulo anterior, falamos sobre a verdadeira revolução proporcionada pelas ferramentas de Machine Learning. Com a ajuda desses sistemas, as empresas agora têm condições de monitorar todos os aspectos relativos ao desempenho dos seus negócios. Tudo com base em análises estatísticas e dados objetivo, que qualificam a tomada de decisões ao mesmo tempo que melhoram os resultados do empreendimento.

Esses sistemas são programados para se autoaperfeiçoar. À medida que acumulam dados, eles geram análises cada vez mais completas, inteligentes e certeiras, até que se tornam capazes de “prever o futuro”. Não no sentido de fazer profecias sobre os destinos da empresa, obviamente. Trata-se de trabalhar com as chamadas análises preditivas.

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Os sistemas que fazem esse tipo de análise vasculham montanhas de dados para identificar determinados padrões de comportamento na sua empresa. Com base nesses padrões, eles indicam como sua empresa tende a reagir em situações futuras – como novos projetos e investimentos.

 

Preparando melhor a sua empresa
Imagine, por exemplo, que sua empresa acaba de ser contratada para desenvolver um grande projeto. Como você calcularia o custo necessário para executá-lo? Normalmente, as companhias de serviços fazem essa conta de forma imprecisa e subjetiva. Os gestores se baseiam na própria experiência, que é subjetiva, e passam a acreditar que determinadas tarefas podem ser concluídas em um número X de horas – mesmo que, muitas vezes, essa estimativa esteja bem distante da realidade.

 

OS RESULTADOS SÃO RECORRENTES: ENTREGAS COM ATRASO, QUEDA NA QUALIDADE, ESTRESSE E MUITO MAIS.
Com as análises preditivas fica mais fácil evitar esses e outros problemas. Os sistemas que trabalham com essa abordagem sabem como a empresa tende a responder a cada tipo de projeto. Sabem quantas horas são necessárias para determinadas tarefas e sabem, até mesmo, quais funcionários tendem a se sair melhor em cada uma delas. Assim, a empresa consegue se preparar melhor para o futuro.

Com esses dados, o empreendedor pode alocar as pessoas naquilo que elas fazem melhor, utilizar plenamente as horas que elas têm à disposição e ainda evitar retrabalhos e outros problemas aparentemente imprevisíveis, como a necessidade de contratar mais pessoas no meio do caminho apenas para dar conta de um projeto que parecia bem mais simples. E não só isso.

Os sistemas que utilizam machine learning podem analisar quais são os clientes que estão na fila de prospecção ou no “pipeline de vendas”. A partir daí, com base em diferentes formulações estatísticas, conseguem prever quantos projetos tendem a sair do papel e antever quais serão os conhecimentos, as competências e os perfis necessários para executá-los. É mais do que planejamento, é o próprio conceito de forecasting.

 

A equipe certa para os projetos certos
As análises preditivas permitem que as empresas de serviços atuem com máxima eficiência sempre. Não importa se o mercado está em franco crescimento ou se são tempos de vacas magras: com as informações certas, seus negócios estarão sempre bem dimensionados para o que der e vier. E isso também vale para o principal ativo dessas empresas: os funcionários.

Já existem tecnologias que ajudam a dimensionar qual deve ser o perfil e o tamanho exato da equipe envolvida em cada tipo de projeto. Essas plataformas de workforce planning analisam os dados da sua empresa,identificam padrões de desempenho e oferecem insights para você antecipar as demandas futuras e gerenciar os seus recursos na medida exata.

Entre outros benefícios, essas plataformas definem o tamanho que sua equipe deve ter para atender as particularidades de cada projeto. Se for necessário, identifica os perfis profissionais e as competências que a equipe precisa incorporar para trabalhar com qualidade e eficiência. São mais uma alternativa para evitar a ociosidade, o desperdício e a desorganização. É uma verdadeira revolução.

As empresas ganham a oportunidade de contratar, demitir, promover e dar feedback, tudo com base em análises complexas, geradas a partir de seus próprios históricos de desempenho. E você, empreendedor, fica mais livre para pensar no crescimento do negócio, na busca de novos clientes e novas oportunidades de inovação. Tudo aquilo, enfim, que nenhuma máquina jamais será capaz de executar.

 

Autor: Fabio Knijnik

Fonte: Endeavor

Como eliminar a desmotivação da empresa

O segredo para virar o jogo e acabar com a estagnação é a felicidade

A crença de que existe o profissional de segunda a sexta e de que a felicidade está nos momentos que sobram, pode gerar procrastinação, baixa produtividade e apatia. Isso é comum em todas as áreas do mercado atual.

Existem organizações que procuram motivar seus colaboradores apenas com bônus e altos salários e julgam que eles entregarão a vida pessoal de bandeja por isso. Pior ainda, oferecem dinheiro enquanto faltam perspectivas de crescimento, e usam a pressão para fazer com que os colaboradores deem resultado. Essas organizações correm o risco de acompanhar uma epidemia de desmotivação, que gera perda de clientes e baixa lucratividade, sem falar que a saída de talentos é um prejuízo em si. Você contrata alguém, investe em treinamentos, e, depois de um tempo, se o talento não estiver identificado com a missão da empresa, ele sairá, e você terá perdido tempo, dinheiro e, em especial, alguém que poderia ajudar a mudar o rumo da empresa.

Muitas organizações ainda não perceberam que investir na felicidade de seus colaboradores é estratégico. Segundo um estudo publicado pela revista inglesa management Today, pessoas infelizes são 40% menos produtivas enquanto as felizes são, em geral, mais bem-sucedidas no trabalho e conseguem alcançar o dobro da produtividade.

O turnover, ou a evasão de talentos, também é outra consequência, uma vez que quem tem sede de sucesso e felicidade está saindo das organizações que não os valorizam em busca do próprio caminho. Os colaboradores entendem a importância da felicidade e estão dispostos a correr atrás dela, seja encontrando oportunidades melhores oportunidades, empreendendo ou mudando radicalmente de vida. Adaptar-se a essa nova realidade é fundamental para ser uma organização de sucesso, reconhecendo talentos e investindo de forma constante em diferenciais.

Não estou dizendo que os profissionais estão trocando a remuneração em dinheiro por remuneração em “ felicidade”. O que quero deixar claro é que o dinheiro sozinho não basta mais. Na verdade, as pessoas estão querendo tudo ao mesmo tempo, e as organizações que não reagirem a isso ficarão para trás. Os profissionais estão mais exigentes e menos dispostos a deixar a qualidade de vida de lado, põem dar o sangue pela empresa, mas querem também prazer, não pensam em alegria como algo a ser conquistado somente na aposentadoria. Fica com os melhores profissionais quem oferece um caminhão completo do “ baú da felicidade” agora.

As pessoas querem trabalhar para alimentar sua sede de crescer, fazer a diferença, dizer que executam algo bem –feito e destacar-se profissionalmente. Quando se faz o que se gosta e aquilo que acredita, os ganhos seguem atraídos pela nossa energia. Até mesmo pessoas de grande sucesso, que chegam aos milhões de dólares, podem fracassar e ser infelizes, se o dinheiro for a única coisa que importa. E mais, “ ostentar” (palavra da moda) não significa “ser. Felicidade não é aquilo que se aparenta. Felicidade é aquilo que o move a acordar todo dia e colocar amor no que faz. Quem não está verdadeiramente feliz tem mais dificuldade de fazer o que e preciso com dedicação.

Pessoas felizes produzem mais e se dedicam mais. Por isso, é fundamental que as organizações forneçam um ambiente agradável e acolhedor para seus colaboradores. Portanto, se você lidera um time e ainda não percebeu que a felicidade das pessoas que trabalham para você é importante para garantir os resultados esperados, apresse-se! Você pode estar prestes a perder muito com isso. Talvez ninguém tenha pedido demissão, talvez seus lucros não estejam afetados, mais assim esteja pairando no ar um clima de infelicidade. Essa é uma das maiores ciladas. Talvez as pessoas estejam falando mal da organização pelas costas, mas não saem porque precisam do salário e ainda não tem motivação suficiente para mudar. Ainda não descobriram como encontrar satisfação no trabalho, estão perdidos. E aqui pode estar a sua chance de reverter o jogo.

Profissionais de sucesso não são como hamsters que ficam dando voltas em uma rodinha dentro de uma gaiola. Eles são pessoas livres, autoconfiantes e preparadas para serem felizes. Não adianta tentar prendê-los, pois já conhecem o segredo da fechadura.

Alexandre Slivnik é autor do best-seller O Poder da Atitude, sócio-diretor do Instituto de Desenvolvimento Profissional (IDEPRO), diretor-executivo da Associação Brasileira de Treinamento e Desenvolvimento (ABTD) e diretor geral do Congresso Brasileiro de Treinamento e Desenvolvimento (CBTD).

 

Autor: Alexandre Slivnik

Fonte: Administradores

5 dicas financeiras para pequenos empresários

Acompanhar e analisar as finanças da empresa são algumas das tarefas mais importantes que o empreendedor tem em sua rotina.

São elas que possibilitam saber se há prejuízos, se os custos estão elevados, se os preços estão adequados, entre outras coisas. Pensando nisso, fizemos uma lista de dicas financeiras que pode ajudar a aprimorar a gestão do seu negócio. Continue acompanhando e confira.

 

Faça um controle rigoroso do fluxo de caixa
O fluxo de caixa é o controle que aponta quais foram as entradas e saídas de capital em determinado período. Para que ele seja mais preciso, é necessário registrar tudo que é realizado — mesmo as transações de pequeno valor, que podem ser consideradas insignificantes a princípio —, além de fazer uma revisão diária, reduzindo as chances de esquecer algum lançamento.

Com essa análise em dia, o gestor pode avaliar melhor como o dinheiro está sendo gasto, se alguns custos são supérfluos, se as receitas estão satisfatórias e se a empresa está operando com lucro ou prejuízo, por exemplo. Tudo isso facilita o processo de tomada de decisão e a elaboração de um planejamento mais objetivo.

 

Encontre o equilíbrio entre as contas a pagar e a receber
Um grande desafio de muitas empresas menores é encontrar um bom equilíbrio entre as contas a receber e as contas a pagar. O segredo para garantir que esse controle seja eficaz é programar os compromissos com data mais longa enquanto os recebimentos são feitos em um prazo menor. Ou seja, tente sempre antecipar as entradas de capital e postergar as saídas.

Dessa forma, evita-se o risco de que, na data do pagamento de uma conta, não haja dinheiro disponível para pagá-la, prejudicando as finanças.

 

Faça uma boa gestão de estoque
Por ser uma área diretamente relacionada às atividades operacionais, a gestão de estoque acaba não tendo o foco necessário nas análises das finanças da empresa. Porém, as decisões tomadas para esse setor e seus resultados impactam diretamente na realidade econômica da companhia e, por isso, essa é uma das dicas financeiras mais importantes.

Afinal, é preciso usar uma parte do capital de giro para compor o estoque e qualquer excesso, perda ou obsolescência representa desperdício de dinheiro. Por outro lado, a falta de produtos faz com que vendas sejam perdidas, impactando no faturamento. Assim, é preciso ter uma gestão de estoque eficiente para encontrar o ponto em que não haja perdas financeiras.

 

Acompanhe análises financeiras
Existem alguns demonstrativos (como a DRE e o balanço patrimonial, por exemplo) que ajudam o empreendedor a verificar a saúde financeira do seu negócio, além de serem necessários para a prestação de contas ao Governo.

Além desses controles, vale acompanhar alguns indicadores de desempenho, que ajudam a compor uma visão ainda mais apurada a respeito dos resultados alcançados. Exemplos mais comuns deles são indicadores de faturamento, custos, lucratividade, inadimplência e rentabilidade.

 

Invista em tecnologia
A tecnologia tem se desenvolvido cada vez mais para atender a empresas e ajudar empreendedores a tornar suagestão mais eficiente. Para tanto, é possível contar com soluções que ajudam na gestão financeira, automatizando as atividades, facilitando os controles e gerando relatórios, que fornecem dados a respeito de cada rotina empresarial.

Além disso, esses softwares tornam os processos menos suscetíveis a erros, fazendo com que as informações sejam mais confiáveis, seguras e precisas.

No artigo de hoje, fornecemos apenas algumas dicas financeiras para que empreendedores possam cuidar melhor dos seus negócios e obter resultados cada vez mais satisfatórios. Porém, vale sempre buscar meios de aprimorar a gestão e, principalmente, evitar cometer erros que podem comprometer o futuro da empresa.

Fonte: Sage

O que é governança corporativa?

governança corporativaAssim como outros diversos conceitos presentes no mundo dos negócios, a governança corporativa pode apresentar diferentes abordagens.

Diante das necessidades impostas por cenários de instabilidade econômica e níveis de concorrência cada vez mais acirrados, é natural que as empresas e seus modelos organizacionais visem a uma maior rentabilidade para seus acionistas, bem como a clareza nos modelos de gestão aplicados na companhia. Neste sentido, é bem provável que você já tenha ouvido falar sobre o que é governança corporativa, tendo em vista o fato de que este conceito se tornou essencial no ambiente contemporâneo de negócios.

Caso você ainda não entenda bem o que é governança corporativa, não se preocupe. Acompanhe este artigo, confira uma definição detalhada deste termo e veja por que sua importância tem crescido exponencialmente na atualidade.

 

O que é governança corporativa?
Assim como outros diversos conceitos presentes no mundo dos negócios, a governança corporativa pode apresentar diferentes abordagens. Ainda assim, é possível obter uma definição objetiva do termo. De acordo com o IBGC (Instituto Brasileiro de Governança Corporativa) — órgão de referência para o assunto —, governança corporativa é:

“Um sistema pelo qual as sociedades são dirigidas e monitoradas, envolvendo os acionistas e os cotistas, Conselho de Administração, Diretoria, Auditoria Independente e Conselho Fiscal. As boas práticas de governança corporativa têm a finalidade de aumentar o valor da sociedade, facilitar seu acesso ao capital e contribuir para a sua perenidade”.

Em outras palavras, podemos entender a governança corporativa como a adoção de um conjunto de práticas cujas principais finalidades englobam uma melhoria nos processos de uma empresa, maior integração entre os ramos hierárquicos da companhia e, sobretudo, o aumento da transparência na prestação de contas a acionistas. Tudo isso visando à entrada de capital financeiro que promova o crescimento sustentável do negócio.

Com todos estes elementos, a governança corporativa acaba por contribuir na minimização dos riscos presentes na hora de se investir em uma determinada organização. Justamente por isso, a Bovespa criou níveis para avaliar a governança das empresas participantes do mercado acionário. Quanto maior o grau de confiabilidade e transparência de determinada companhia, melhor o posicionamento que ela obtém junto à Bovespa, o que, consequentemente, favorece o surgimento de novos acionistas.

Apesar do conceito de governança corporativa ter surgido e se consolidado inicialmente nos Estados Unidos e na Inglaterra, este novo modelo de encarar os processos empresariais já chegou a vários países, inclusive aqui no Brasil. Algumas companhias brasileiras já são adeptas da governança corporativa, como a Petrobras, o Banco Itaú, as empresas de telefonia VIVO, Brasil Telecom e Telefônica, e a companhia aérea TAM, para dar alguns exemplos.

 

Quais os principais modelos de governança corporativa?
Para que possamos elucidar ainda mais o que é governança corporativa, é interessante analisarmos os principais modelos propostos deste sistema. Vamos focar em quatro deles:

 

Outsider System
Neste modelo definido pelo IBGC, os acionistas de uma companhia são espalhados e não fazem parte do dia a dia gerencial de uma empresa. O principal foco é o mercado de ações, visando ampliar os lucros dos investidores, os quais são extremamente atentos quanto ao retorno do capital investido.

 

Insider System
Também proposto pelo Instituto Brasileiro de Governança Corporativa, o sistema conhecido como Insider System tem como principal direcionamento a potencialização dos ganhos de quem atua de modo efetivo para os resultados financeiros da companhia. Neste sentido, o foco da governança envolve desde funcionários e parceiros até a comunidade externa.

 

Alemão
Assim como o outro modelo que apresentaremos a seguir, o sistema alemão foi conceituado pelos teóricos Walter Camuri e Maria José Leal. Nesta linha de governança corporativa, não há tanta influência de acionistas e a gestão é conduzida por meio do acordo mútuo entre diferentes níveis hierárquicos. O principal fator de influência são os bancos, tendo em vista que empresas que adotam tal modelo são mais dependentes do crédito destas instituições.

 

Latino-americano
Por fim, no sistema de governança latino-americano ainda existem muitos pontos passíveis de melhoria, sobretudo porque os pequenos investidores não contam com as mesmas seguranças oferecidas para os grandes acionistas.

Apesar disso, o modelo apresentou mudanças positivas ao longo dos últimos anos, principalmente no que se refere a uma busca pelo atendimento de demandas não só de acionistas, mas também de outros integrantes da cadeia gerencial.

 

Quais são os benefícios proporcionados pela governança corporativa?
Certamente, a transparência nos processos administrativos que a governança corporativa propõe para a realidade de uma empresa gera amplos benefícios. Dentre eles, é possível citar o fator do desenvolvimento econômico sustentável, fato este que, por sua vez, aumenta a confiabilidade do empreendimento junto ainvestidores e acionistas e amplia o potencial para entrada de capital financeiro.

Além destes benefícios, uma boa governança corporativa é capaz de prevenir males que podem ser extremamente danosos para uma organização que almeja superar obstáculos e crescer. Podemos citar como exemplo a prevenção de fraudes quanto ao uso de recursos financeiros, o aumento de visão estratégica para a tomada de decisões — reduzindo, assim, falhas no planejamento, bem como em ações futuras — e ainda a contenção de abusos de poder, tanto da parte dos acionistas majoritários sobre os minoritários, como da diretoria sobre os acionistas.

 

Quais as características e as ferramentas da governança corporativa?
A governança corporativa conta com oito características fundamentais para que possa ser aplicada de modo eficaz no cotidiano de uma empresa. São elas:

  • participação: que envolve as diversas camadas de uma companhia;
  • estado de direito: que permite a validação das normas segundo as leis de um estado democrático;
  • transparência: o foco primeiro das organizações que aplicam a governança corporativa;
  • responsabilidade: a qual inclui os membros de uma empresa em diferentes níveis hierárquicos;
  • orientação por consenso: visando agilidade e melhoria dos processos;
  • igualdade: que evita abusos de poder;
  • eficiência: cuja aplicação permite o crescimento sustentável da empresa;
  • accountability — prestação de contas: respeitando, deste modo, acionistas e investidores.

Além de contar com essas características para assegurar um melhor desenvolvimento da empresa, também é necessário que haja um controle da propriedade sobre a gestão. Para assegurar isso, a governança corporativa conta com algumas ferramentas:

  • conselho fiscal;
  • conselho de administração;
  • auditoria independente.

Tanto no caso do conselho fiscal, quanto no conselho administrativo, a formação dos colegiados é composta por diferentes membros da organização interna do empreendimento. Por sua vez, como o próprio nome indica, aauditoria independente deve ser sempre realizada por uma consultoria externa, evitando assim choques de interesse e comprometimento da transparência nos processos.

Para concluir, o que a governança corporativa essencialmente propõe é uma administração mais clara, evitando fraudes, abusos e erros estratégicos que possam comprometer o crescimento de uma empresa. Aplicá-la de modo eficiente fortalecerá qualquer companhia que busca otimizar a gestão e maximizar os resultados.

5 passos para determinar o preço certo de um produto ou serviço

preçoParece simples: custos mais uma margem de lucro preestabelecida e, voilá, o preço ideal de um produto ou serviço está na mão.

No entanto, para Frederico Zornig, fundador da consultoria especializada em pricing Quantiz (www.quantiz.com.br), essa concepção passa longe de oferecer os melhores resultados. “Não é que esteja errado, mas limita-se a olhar para o próprio umbigo”, diz Zornig.
Introduzido ao pricing em meados da década de 90 na Universidade de Illinois, nos Estados Unidos, o consultor explica que, nessa nova metodologia de precificação, o custo deixa de ser o fator principal da equação para a percepção de valor assumir um lugar preponderante. Segundo Zornig, cinco passos são essenciais para estabelecer o preço de um produto ou serviço de forma correta:

 

1 – Entender o posicionamento da empresa frente ao mercado

É comum: uma marca oferece um produto melhor por um preço mais barato e, mesmo assim, é preterida pelo consumidor. “Estabelecer o seu lugar no mercado é tão importante quanto garantir a qualidade do seu produto ou serviço”, diz o especialista. Para tanto, é necessário desenhar uma estratégia para se posicionar frente aos concorrentes. Um exemplo: uma empresa pode determinar que todo o seu portfólio custe sempre 10% a mais do que o de outro player do setor para estabelecer uma imagem de líder do segmento.

 

2 – Analisar o lugar de um produto dentro do próprio portfólio

É preciso coerência na variação de preços entre todos os produtos vendidos pela empresa. “Via de regra, vale lembrar que, embora os custos de produção de itens mais sofisticados subam em curva linear, seus preços aumentam em ordem exponencial”, afirma Zornig. Serviços premium, por exemplo, devem ser tratados como tais e não estarem sujeitos a promoções ou descontos constantes que os equiparem aos da linha intermediária.

 

3 – Avaliar os custos de produção

Claro, eles não podem ser ignorados. No entanto, as informações relativas a insumos, logística de transporte, impostos, entre outros, devem ser consideradas após um preço ser estabelecido segundo estratégia de posicionamento. “Só então analisamos se há possibilidade de uma margem de lucro aceitável ou não. Em caso negativo, voltamos ao começo do processo ou estudamos a possibilidade de adaptar os custos de produção para se adequaram à percepção de valor”, explica o fundador da Quantiz.

 

4 – Observar o estoque e a capacidade logística interna

Também é necessário se manter a par do estoque da empresa, assim como da sazonalidade de determinados tipos de produtos. Caso os custos de manutenção estejam elevados, é uma boa ideia criar uma promoção para alavancar os negócios e ocupar a capacidade instalada. Nesse caso, é muito importante deixar claro para o público que aquela é uma ação pontual, ou seja, os preços não diminuíram de maneira permanente.

 

5 – Acompanhar o mercado

A precificação está longe de ser estática. É essencial ter informações atualizadas e confiáveis sobre as variações de preços dos concorrentes para avaliar a necessidade de readequação de valores. É importante frisar: uma empresa não é obrigada a diminuir ou aumentar seus preços segundo o mercado. No entanto, vale a pena considerar a opção.

Completando dez anos em outubro, a Quantiz foi pioneira no Brasil em uma época em que o pricing ainda engatinhava por aqui. Ao todo, a empresa já trabalhou em mais de 70 projetos nos setores de telecomunicações, TI, alimentação, entre outros. “Nossa perspectiva é fechar o ano com um faturamento de R$ 6 milhões e mirar 20% de crescimento para 2017”, estima o fundador.

 

Fonte: Revista Dedução

Cinco maneiras de montar uma equipe com pouco dinheiro

equipeSe você tem tempo para ser um mentor, contratar estagiários pode ser uma alternativa para montar sua equipe

Michael Jordan já dizia: “Talentos ganham partidas, mas trabalho em equipe e inteligência ganham campeonatos”. Por trás de todo negócio bem sucedido, existe uma equipe incrível. Os fundadores e os CEOs sempre recebem toda a glória, mas se você olhar bem de perto, verá que sempre há uma equipe por trás deles que tornaram esse sucesso possível.

Costumamos ouvir falar apenas dos líderes, mas Steve Jobs teve Steve Wozniak e Mike Markulla. Bill Gates teve Paul Allen e Gordon Letwin. Mark Zuckerberg teve Dustin Moskovitz, Eduardo Saverin e Sean Parker. Os bilionários não são exceção – suas equipes são a grande razão de seu sucesso. Veja cinco maneiras de montar uma equipe, mesmo se tiver pouca grana.

 

1. Ofereça ações como forma de pagamento
Se você não pode oferecer dinheiro aos seus funcionários, ofereça a eles capital próprio na sua empresa. É dessa forma que várias ideias incipientes saem do papel. Pense no Facebook e e como Saverin tornou-se multimilionário por causa das suas ações no Facebook.

Muitos talentos não aceitam ações como única opção de pagamento, a menos que acreditem verdadeiramente na ideia, mas o grande barato é que se eles entram na equipe, eles trabalham mais do que qualquer um porque sabem que o sucesso deles está ligado ao sucesso da empresa.

 

2. Contrate estagiários
Se você tem não apenas um ótimo trabalho a oferecer, mas também tempo para ser um mentor, contratar estagiários pode ser uma alternativa. Uma quantidade razoável de estagiários costuma aceitar trabalhar de graça desde que o empregador os ajude a enriquecer o currículo e evoluir na carreira.

Ao invés de investir dinheiro nesses estagiários, esses empregadores estarão investindo seu tempo e sua energia para tornar o trabalho deles interessante e para ajudá-los a crescer. Para contratar estagiários, entre em contato com as faculdades mais próximas e anuncie vagas nas centrais de estágio das instituições.

 

3. Contrate estudantes, freelancers ou funcionários que trabalham meio período
Se você não pode pagar um salário integral à sua equipe, você pode contratar estudantes, freelancers ou pessoas que estejam dispostas a trabalhar meio período.

Freelancers são uma boa opção porque você pode decidir por quanto tempo o serviço deles será necessário, e você poderá definir isso conforme as suas necessidades, a quantidade de dinheiro que você terá disponível e a satisfação que terá com os resultados dos trabalho deles. Além disso, você não tem que se preocupar em pagar licença maternidade e outros benefícios pagos a funcionários contratados com carteira assinada.

Outra opção é buscar funcionários talentosos que estejam dispostos a sacrificar um trabalho em tempo integral pela liberdade proporcionada por um trabalho de meio período.

Estudantes também são uma alternativa que deve ser considerada, já que eles têm gana de trabalhar e disposição para receber pouco dinheiro.

 

4. Troque serviços

Quando você participar de eventos de networking, procure alguém que tenha as habilidades de que você precisa e cujo trabalho tenha o mesmo valor que o trabalho que você pode oferecer. Se ele apreciar o que você tem a oferecer, você pode estabelecer um acordo informal para trocar seus serviços sem que haja nenhum tipo de pagamento em dinheiro. Por exemplo, você pode encontrar um contador que esteja disposto a compartilhar a expertise dele em finanças em troca dos seus serviços de impulsionamento dos canais dele nas redes sociais.

 

5. Recrute amigos e familiares
Às vezes, quando você não tem escolha, você tem que recorrer a amigos e familiares para montar sua equipe. Normalmente, essas pessoas querem ajudá-lo a ter sucesso e estão dispostas a doar seu tempo e energia para ajudá-lo a tirar seu projeto do papel. Não é à toa qua alguns dos negócios mais bem sucedidos do mundo, como o Walmart e as Organizações Trump, tornaram-se possíveis graças aos esforços da família inteira.

 

Fonte: IG – Economia

Vale a pena vender mais a qualquer preço?

qualquer preçoEm tempos de recessão, o varejo precisa adotar estratégias para não sacrificar o valor dos produtos que comercializa

Quando o assunto é preço, o que é melhor? Reduzir para vender mais em relação aos concorrentes ou cobrar um valor que assegure rentabilidade e margem de lucro para a empresa?

O fato é que ambas as alternativas, que podem render uma boa conversa entre profissionais de marketing e de finanças, têm de estar cada vez mais afinadas no plano estratégico de formação de preço dos produtos no varejo.

Mesmo na crise, nem todo produto pode permanecer em promoção nas lojas – e para cada tamanho de empresa haverá uma política de formação de preço.

“Neste caso, não há como generalizar”, afirma Nelson Bruxellas Beltrame, engenheiro, sócio-diretor da Data Custos e professor do MBA de educação executiva da FIA e Fipecafi -que nesta quarta-feira (21/09), discorre sobre gestão estratégica de preços no varejo e análise de cadeias de distribuição em evento na Associação Comercial de São Paulo (ACSP).

Ele conta que os modelos matemáticos voltaram para a mesa na hora de formar preço, assim como era de praxe na década de 80, quando a inflação no país era galopante e a economia, instável.

Beltrame explica que durante os anos de crescimento da economia -iniciados a partir do Plano Real- o ambiente de consumo era crescente, o que fez com que conceitos de marketing ganhassem força na formação de preços, em sintonia com o comportamento do consumidor e a concorrência.

Com isso, os preços e a margem de lucro das empresas no Brasil chegaram a um patamar elevado.

“A necessidade de modelos matemáticos foi deixada de lado porque o mercado crescia. Os preços subiram muito em um mercado crescente, no qual a população enriquecia e consumia mais. O ciclo de crescimento terminou no ano passado com os preços em alta e o efeito foi devastador no varejo.”

Por isso, segundo ele, esses modelos voltam a ganhar força agora. Com a recessão, ele defende que seja qual for o porte da empresa, ela precisará fazer um bom planejamento estratégico de preços e promoções para evitar o “suicídio” do valor dos produtos.

“A promoção se tornou a nova normalidade durante a crise. E o resultado foi o fechamento de muitas lojas”.

Para Beltrame, o varejista deve considerar a importância da rentabilidade na precificação e evitar a máxima de que a melhor forma de vender é baixar o preço – apenas.

“Ele pode quebrar mais rápido. Para evitar isso, precisará adotar uma visão de mercado e de marketing junto com a financeira, porque o consumidor ainda escolhe o que comprar pelo preço na vitrine”, diz.

Segundo o especialista, a margem de lucro é o principal fator que eleva os preços no Brasil, seguido pela carga tributária e o custo financeiro do financiamento para o consumidor. “O produto parcelado tem um custo elevado de financiamento que pode representar 20% do preço”, afirma.

 

TEM E-COMMERCE? CUIDADO COM OS BUSCADORES DE PREÇOS!

Beltrame diz que é suicidio usar buscadores de preços se a loja virtual não tiver base econômica. Em outras palavras: ao reduzir o valor por causa do concorrente, esquece que pode estar brigando com empresas de diferentes regimes de tributação e estrutura de custos – que por esse mesmo motivo conseguem praticar preços agressivos.

“Acompanhar o preço do mercado é complexo, para não dizer perigoso. É como disputar uma corrida de cavalos em cima de um cavalo dopado. Quem baixa sem critério corre o risco de ter de bater na porta do fornecedor para repassar o problema do baixo preço”, afirma.

O lojista, nesse caso, deve saber o preço mínimo pelo qual pode vender o produto e não deixar essa definição no modo automático do robô.

Ele defende uma visão crítica em relação aos buscadores de preços, principalmente depois que a PEC do setor eletrônico entrou em vigor, no início deste ano.

Até 2015, a cada venda pela internet o lojista pagava ICMS de acordo com o estado em que estava localizado o seu comércio.

A nova lei estabelece que ele deve pagar o imposto de acordo com o estado de destino do produto, o que atingiu empresas que haviam se instalado em estados que cobram uma alíquota menor do imposto para oferecer um preço mais competitivo.

Por força de uma liminar, a medida não vale para empresas vinculadas ao Simples.

“Então, o que ocorria é que o mercado corria atrás do preço da empresa com carga tributária menor. Com essa mudança de regra, muitas tiveram que elevar os preços em um momento ruim de mercado. Isso tem afetado a rentabilidade”, afirma.

 

NÃO PRECIFIQUE SEM ANTES CALCULAR

Mesmo com boa vontade é difícil precificar um a um todo os itens de uma loja. Por isso, o uso de sistemas para a formação de preços é importante – até mesmo para pequenos negócios.

O que não é mais possível é fazer a velha conta simples de padeiro para definir valores. “Não se deve trabalhar com preços sem ter embasamento.

Quanto menor a operação for, mais perigoso fica”, afirma. Se o grande varejo tem áreas específicas para cuidar disso, os pequenos e médios podem lançar mão de ferramentas livres e disponíveis no mercado para, de acordo com o especialista.

 

PROMOÇÃO NÃO É PARA TUDO, NEM PARA TODOS

Com o preço formado corretamente, é preciso planejar as promoções. “O setor de moda têxtil e calçadista é muito bom nisso. Eles lançam coleções com um preço que já inclui a previsão de promoção, ou seja, de um valor que tornará o produto mais atrativo para o cliente no futuro.

Um exemplo disso em moda é o produto de uma nova coleção lançado a 200% de seu valor, que cai para a metade em uma liquidação.

“Após essa redução o mark-up dele é de 1,3%. Isso mostra que é melhor vender do que deixar na loja”. O mark-up é um índice que mostra quanto do preço do produto está acima do seu custo de produção e distribuição.

 

CUIDADO COM A DESTRUIÇÃO DE VALOR

O que se deve evitar, de acordo com o especialista é tornar a promoção o “novo normal” da loja, porque isso gera a destruição do conceito de valor de certos produtos.

“O consumidor está retraído, mas o lojista deve saber a qual categoria de produto ele está mais sensível quando o assunto é o custo. Geralmente são os básicos”, diz.

Ele defende que produtos do segmento premium e de luxo não devem ter o preço sacrificado.

Beltrame diz que esse não é um problema exclusivo do varejo, mas também da indústria, que na precificação ainda tenta entender o mercado para direcionar o valor do produto.

O especialista diz que promoções excessivas destruíram o valor de produtos de algumas marcas que fazem parte da linha cinza -que são os eletroportáteis de valor acessível.

“São produtos como liquidificador e ventilador que não tinham preços muito altos, mas geravam um valor competitivo de marca. Os preços foram cedendo e, agora, as marcas não conseguem recuperá-los. O liquidificador é um exemplo de produto que foi caro e hoje é barato. Apenas o da linha premium manteve o seu valor. Isso é exemplo de suicídio de valor”.

 

Autor: Rejane Tamoto

Fonte: Diário do Comércio