O papel das empresas na construção de uma sociedade mais justa

A instituição corporativa tem um grande papel na sociedade

“Se quiser prosperar ao longo do tempo, toda companhia deve entregar não apenas resultado financeiro, mas também mostrar seu impacto positivo para a sociedade” — já dizia Larry Fink, fundador da BlackRock. A instituição corporativa tem um grande papel na sociedade, pois é exemplo de ética e de cidadania em nossa comunidade; ou pelo menos é isso que gostaríamos. Porém, frequentemente vemos, na mídia, organizações envolvidas em escândalos de corrupção e lavagem de dinheiro.

Muitas dessas empresas têm a mentalidade de apenas obter lucro e manter-se no mercado, sem pensar em seu impacto social e no que ela deixará como legado. Isso é um erro. Logo, elas não serão mais lembradas pelo consumidor, já que não têm comprometimento com a entrega social.

Quando falamos de corrupção, temos a impressão de que é algo impregnado em nossa cultura, não é mesmo? Muitas pessoas já carregam isso como se fosse uma característica de seu DNA: pedindo para alguém assumir as suas multas de trânsito, tentar “pagar um cafezinho” para um guarda e se livrar de uma blitz, ou ainda sonegando impostos. Quando agimos dessa forma (querendo tirar vantagem com o “jeitinho brasileiro”), perdemos nosso direito de reivindicar melhores atitudes de nossos representantes, pois estamos fazendo a mesma coisa que abominamos neles — em escala menor, mas não deixa de ser a mesma coisa. Esse é um padrão de pensamento que precisa ser extinto!

Vemos diariamente exemplos do que não queremos em nossas vidas, pois julgamos como ruim ou errado. Policiar-se para que esse tipo de atitude não seja praticada em nosso dia a dia e considerada “normal” já é um começo; afinal, queremos mudar essa realidade, certo? A mudança começa dentro de cada um. Entendendo o que é necessário para o progresso comum de todos, fica mais fácil assumir uma postura equilibrada e justa. O olhar para dentro se permitindo enxergar coisas que esperamos de nossos líderes, como ética, moral, justiça e imparcialidade, mas que nós mesmos não conseguimos praticar, ajuda a criar empatia e ver o outro como humano também.

O accountability nos traz justamente isso: assumir a responsabilidade de nossos atos de forma ética e transparente com foco no propósito coletivo. Especialmente no ambiente profissional, onde precisamos servir de exemplo, uma postura integra é essencial.

Atualmente as corporações têm buscado cada vez mais um propósito para ser o guia de sua jornada, e esse tem que estar muito bem alinhado com o seu método de se relacionar com a sociedade. Ele precisa estar na essência de tudo e ser colocado em prática de forma inclusiva, onde contribua e traga bons resultados para a comunidade em geral — não são apenas palavras bonitas, é um “lifestyle”. Há diversas formas de contribuir socialmente, e não me refiro apenas a ajudar ONGs ou instituições carentes, estou falando de desenvolvimento humano. Igualdade salarial, apoiar a diversidade, incentivar a busca pelo autoconhecimento, dar oportunidades, valorizar as pessoas, são pilares que devem ser construídos para alavancar o crescimento da empresa; e não precisa de muito esforço — apenas mudar o mindset e pensar em pessoas, humano para humano. Esse é o futuro: investir em pessoas!

Buscamos um propósito em nossa vida e, quando o encontramos, nos sentimos realizados, os caminhos se tornam mais claros e vivemos com mais certeza do que somos e queremos. No âmbito empresarial acontece a mesma coisa, só que mais além. Quando o propósito é bem-definido, transmitindo isso a seus colaboradores, há mais sintonia e objetividade de aonde se quer chegar, os ruídos de comunicação diminuem e fica mais fácil criar uma conexão com as pessoas, pois ou se identificam e assumem como verdade aquele propósito, ou se sentem pouco confortável e logo se desligam do grupo. Ao se conectar com os ideais da empresa, o colaborador encontra realização no que faz e, sem dúvidas, essa satisfação encontrada reverbera a todos a sua volta, colegas de trabalho e família. Uma onda boa que se propaga trazendo à tona os valores certos que queremos — e devemos — cultivar em nosso meio social.

 

Fonte: Portal Dedução

Link: http://www.deducao.com.br/index.php/o-papel-das-empresas-na-construcao-de-uma-sociedade-mais-justa/

Aprenda como fazer a distribuição de lucros em uma sociedade!

Tire suas dúvidas sobre distribuição de lucros , uma das questões que mais geram dúvidas, desentendimentos e insegurança nos empresários

Saber realizar corretamente a distribuição de lucros de cada sócio do negócio é muito importante para garantir a saúde financeira da sua empresa. Contudo, isso deve estar inserido no contrato social ou no acordo de cotistas — documento criado exatamente para esse fim, que evita discordâncias futuras.

Na maioria dos casos, os desentendimentos acontecem por ausência de informações e falta de conhecimento sobre as legislações que versam sobre o assunto.

Vários pontos devem ser considerados para a exata avaliação da divisão, como o número de cotas de cada sócio, o trabalho executado por eles na empresa e a quantia do lucro a ser reinvestida.

Pensando nisso, vou mostrar para você os principais pontos que devem ser observados ao fazer a distribuição de lucros. Confira!

  • Conheça a diferença entre pró-labore e lucro

O pró-labore é a remuneração paga ao sócio que tem participação acionária e também desempenha alguma atividade, normalmente como gestor ou diretor. Além disso, pode ser recebido por um ou mais terceiros (não pertencente ao quadro societário) designados como administradores da empresa no contrato social.

Dessa forma, o pró-labore é um tipo de remuneração paga pelo trabalho efetuado, independentemente dos resultados atingidos pela empresa.

O ideal é que essa quantia seja compatível com a média salarial fornecida pelo mercado aos colaboradores que exercem funções parecidas.

A divisão de lucros é a remuneração devida a todos os sócios, inclusive para aqueles que não atuam de maneira direta na instituição. Ou seja, é uma contraprestação ao dinheiro investido e aos riscos expostos pela atividade empresarial.

Conforme lei tributária vigente, a divisão de lucro é desobrigada de Imposto de Renda de Pessoa Física e Contribuição Previdenciária. Entretanto, erros contábeis podem levar a multas e penalidades.

  • Analise o contrato social

Geralmente, o lucro de uma organização é distribuído proporcionalmente à participação de cada sócio no capital social. Porém, o contrato social pode definir forma diversa de divisão do lucro líquido, desde que acordado previamente entre as partes.

  • Proteja o capital de giro

O lucro líquido ocasiona um acréscimo do capital de giro. Por esse motivo, a divisão precisa observar as quantias necessárias à preservação da operação. Assim sendo, a divisão não pode impedir a competência da empresa de financiar suas ações.

  • Realize um planejamento de investimentos

Faça uma projeção dos investimentos com o objetivo de aumentar e modernizar os negócios. Para isso, é primordial contar com um controle financeiro organizado, cronogramas, orçamentos e demais informações importantes para o negócio.

É indispensável planejar e realizar provisões para a obtenção de equipamentos, admissão de novos profissionais, treinamentos, etc. Essas aplicações devem ser sustentadas pelo lucro líquido, de maneira a impedir a necessidade de empréstimos e o crescimento do grau de endividamento.

  • Faça a programação da distribuição de lucros

As distribuições de lucro durante o exercício, conforme apuração do lucro contábil, devem estar previstas no contrato social.

Para fazer a distribuição de lucros de maneira exata, é preciso contar com o auxílio de um contador. Afinal, ele é o profissional que vai ajudar a manter a escrituração contábil em dia e demais atividades necessárias. Quando a distribuição é feita de forma indevida, não embasada por documentação e escrituração idônea, pode gerar penalidades, multas e transtornos para a empresa e seus sócios.

Bons negócios!

 

Autor(a): Rodrigo Ferreira

Fonte: Administradores

Link: http://www.administradores.com.br/artigos/negocios/aprenda-como-fazer-a-distribuicao-de-lucros-em-uma-sociedade/111281/

Sociedade nos negócios: uma relação delicada

Sociedade é mais difícil do que casamento

Entre os índices de fracassos dos pequenos e novos negócios, um dos que é pouco considerado pelas estatísticas e estudos sobre o assunto é o que se refere às divergências entre sócios. Culpam-se muito as incertezas da economia; problemas de gestão; fluxo de caixa: capital de giro; má definição do perfil dos clientes, produtos ou serviços. Mas muito raramente ficamos sabendo quando um negócio desaparece em função de problemas que surgiram entre os sócios e para os quais eles não foram capazes de encontrar uma solução.

Trabalhando de forma muito intensa com a empresa nacional, e mesmo nas experiências que tenho tido em outros países latino-americanos e europeus, tem sido possível observar a importância e complexidade dos vínculos societários. Comparar a sociedade à um casamento é um erro muito comum. O mesmo é imaginar que uma boa amizade pode tornar-se uma excelente sociedade. Mais grave ainda e tratar o assunto apenas com ironias e humor. O tema merece maior atenção e cuidado, pois é cada vez maior o número de empreendedores que, para dar o passo inicial, necessita de um sócio. E após muitos sonhos esta relação pode tornar-se um pesadelo.

Três prioridades

O assunto é amplo e complexo, Neste artigo vamos tratar de apenas três pontos que nos parecem prioritários.

Amizade não é tudo

Muitos sócios iniciam uma relação profissional à partir de uma sólida amizade. Imaginam que este conhecimento mútuo de longa data será suficiente para manter viva uma relação que tem características completamente diferentes. Uma sociedade é um pacto com finalidades específicas e que exige alguns pré-requisitos: clara visão do objetivo da sociedade; conciliação de interesses coletivos com interesses individuais; afinidades de pontos de vista em relação à postura comercial (ideologia, ética, pressupostos de vida; capacidade de lidar com divergências; confiança mútua; etc).

O entusiasmo muitas vezes impede que os sócios avaliem estas questões.

Sociedade é mais difícil do que casamento

Comparado muitas vezes com a relação conjugal, a sociedade é um vínculo com características muito diferentes. No casamento existe afeto e atração, que muitas vezes dificulta mas também ajuda a resolver certas adversidades. Na sociedade o que existe é um interesse comum em torno de resultados muito mais tangíveis. Portanto, em muitos casos a emoção ao invés de facilitar, termina dificultando a relação, Na vida conjugal os parceiros tem mais pontos em comum através dos filhos. Na sociedade eles estarão mais sujeitos às influências dos parceiros ou parceiras que não tem nenhum compromisso formal com a mesma. Mas vão influenciar, e muito.

Na vida conjugal será possível conviver de forma tranquila com alguns conflitos de interesse. Na sociedade, eles deverão ser tratados muito abertamente, pois qualquer tentativa de encobri-los ou valorizar o afetivo pode piorar a relação. A vida conjugal tem uma dinâmica mais previsível (casar, ter filhos, encaminhá-los, retomar uma nova fase à sós, ser avô, etc.). A sociedade é uma incógnita que precisa ser revista permanentemente.

Renovação do modelo

Uma relação societária passa por diferentes fases. E muitas destas etapas não decorrem apenas do andamento dos negócios. Elas são muito influenciadas pelo momento de vida de cada um dos sócios.

Já acompanhei muitas cisões, após um acúmulo intenso de conflitos não resolvidos e adiados, onde a verdadeira causa era a mudança dos objetivos pessoais. Como a vida pessoal se altera, e a sociedade foi constituída em um dado momento da vida, podem surgir conflitos que inviabilizem a preservação do modelo inicial. Ou seja, é importante estar atento para quando surgem as crises e tentar trabalhá-las logo. Muitas vezes a solução não é separar-se. É rever o modelo que deu certo até aquele momento, mas agora se esgotou.

É evidente que estamos falando em rever o modelo numa sociedade onde a confiança mútua não foi abalada.

Enquanto persistir a confiança, a sociedade tem futuro ou perspectivas. Perda de confiança é algo de difícil resgate.

Portanto, é fundamental estar atento à relação societária como algo delicado, e que necessita ser renovada permanentemente.

Mas vale a pena, pois todos podem ganhar com este cuidado.

 

Autor(a): Renato Bernhoeft

Fonte: Administradores

Link: http://www.administradores.com.br/artigos/carreira/sociedade-nos-negocios-uma-relacao-delicada/110838/