Emprego cresce na indústria em um movimento atípico para dezembro

A Sondagem Industrial mostra que os estoques seguem em níveis baixos, há escassez de insumos, mas as expectativas seguem otimistas e a intenção de investimento aumentou

A pesquisa Sondagem Industrial, da Confederação Nacional da Indústria (CNI), mostra que, pela primeira vez em dez anos, houve aumento de emprego no mês. O índice de evolução do número de empregados ficou em 50,5 pontos, acima da linha divisória de 50 pontos, demonstrando crescimento do emprego.

A pesquisa entrevistou 1.887 empresas, sendo 741 de pequeno porte, 669 de médio porte e 477 grandes empresas, entre 4 e 15 de janeiro. A atividade industrial encerrou o ano relativamente forte, embora os sinais de desaceleração já possam ser percebidos.

“A atividade industrial de dezembro mostra uma desaceleração da indústria, mas ao mesmo tempo, vemos que a utilização da capacidade instalada é maior desde 2013 para o mês. Portanto, nós temos que celebrar o aumento no número de empregos neste mês, pois, normalmente, as contratações só ocorrem na indústria em outubro e novembro”, explica o diretor de Desenvolvimento Industrial da CNI, Carlos Abijaodi.

De acordo com a pesquisa, a produção industrial caiu em dezembro de 2020, quebrando uma sequência de seis meses consecutivos de crescimento. O índice de evolução da produção ficou em 46,8 pontos, abaixo da linha divisória de 50 pontos, ou seja, reflete queda da produção na comparação com o mês anterior. Os estoques continuam abaixo do planejado.

Emprego cresce na indústria em um movimento atípico para dezembro
Expectativas da indústria em janeiro de 2021

Todos os índices de expectativas estão acima da linha divisória de 50 pontos. Isso indica que os empresários seguem com expectativa de crescimento nos próximos seis meses da demanda, da quantidade exportada, do número de empregados e da compra de matérias-primas.

Por: Adriana Nicacio / José Paulo Lacerda / Agência CNI de Notícias

Produção da indústria cresce e empresários estão mais dispostos a fazer investimentos, diz pesquisa da CNI

Sondagem Industrial indica que o setor continua acumulando estoques.

Mas expectativas sobre a demanda, a compra de matérias-primas, o emprego e as exportações continuam positivas

O índice de produção da indústria brasileira subiu 9,6 pontos frente a junho e alcançou 53 pontos em julho. O indicador está 5 pontos acima da média histórica e é o maior desde outubro do ano passado. As informações são da Sondagem Industrial, divulgada nesta quinta-feira (22), pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). Mesmo assim, o emprego no setor continua em queda.

O Índice de evolução do número de empregados ficou em 48,4 pontos em julho, abaixo da linha divisória dos 50 pontos. Os indicadores da pesquisa variam de zero a cem pontos. Quando estão acima dos 50 pontos indicam aumento da produção e do emprego.

O aumento da produção foi acompanhado do crescimento da utilização da capacidade instalada, que subiu 2 pontos percentuais em relação a junho e ficou 68% em julho. A utilização da capacidade instalada foi maior nas grandes empresas, segmento em que alcançou 72%. Nas médias, foi de 67% e, nas pequenas, de 61%.

No entanto, a indústria continua acumulando estoques. O índice de estoques efetivos em relação ao planejado aumentou para 52,8 pontos. “É o maior valor desde maio de 2018, quando ocorreu a paralisação dos transportes”, diz a Sondagem Industrial.

PERSPECTIVAS POSITIVAS – Com a melhora do cenário, os empresários se mostram mais dispostos a fazer investimentos nos próximos seis meses. O índice de intenção de investimentos aumentou 1,7 ponto na comparação com julho e ficou em 54,1 pontos em agosto e está 4,9 pontos superior à média histórica. As grandes empresas são as que estão mais propensas a fazer investimentos nos próximos seis meses. Nesse segmento, o indicador de intenção de investimento é de 61,1 pontos, superior à média brasileira.

“Os empresários perceberam melhora nas condições de seus negócios, com aumento da produção e da utilização da capacidade instalada. Por conta disso, a intenção de investir aumentou. Se as expectativas hoje otimistas não se frustrarem, poderemos ter mais números positivos de atividade nos próximos meses”, diz o economista da CNI Marcelo Azevedo. “Mas é importante ressaltar que a ociosidade e os estoques seguem elevados. Isso dificulta uma recuperação mais rápida”, destaca Azevedo.

Além disso, os empresários mantêm o otimismo. Os indicadores de expectativas continuam acima dos 50 pontos, mostrando que os industriais esperam o crescimento da demanda, das compras de matérias-primas, do emprego e das exportações nos próximos seis meses. Essa edição da Sondagem Industrial foi feita entre 1º e 13 de agosto com 1.957 empresas. Dessas, 776 são pequenas, 704 são médias e 477 são de grande porte.

Por Agência CNI de Notícias

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Pior que carga de tributos é a falta de demanda

Historicamente, um dos maiores problemas das indústrias é a carga tributária excessiva, mas, em 2019, ganha importância a falta de demanda de bens industriais, revela a última Sondagem Industrial da Confederação Nacional da Indústria (CNI). É a mais recente evidência do custo da estagnação econômica para as empresas do setor secundário e da necessidade premente de medidas de estímulo ao consumo capazes de assegurar alguma injeção de ânimo na atividade produtiva e não apenas a um ou outro setor da economia.

No segundo trimestre do ano passado, a demanda interna insuficiente era citada por 30,3% dos entrevistados da Sondagem Industrial. Um ano depois, esse item é mencionado por 41,1% das 1.903 empresas consultadas, porcentual inferior apenas ao do auge da recessão, no segundo trimestre de 2016, indicando crescimento muito elevado. O indicador de demanda está agora próximo de outro tão ou mais problemático para os industriais: a carga de tributos. Esta é agora citada por 42,4% dos pesquisados.

Estes dois problemas não são, evidentemente, os únicos a evidenciar as dificuldades das indústrias, que atribuem peso expressivo às condições financeiras debilitadas, à insatisfação com as margens de lucro e ao excesso de estoques – que se vêm acumulando desde o início do ano e que também são causados pela insuficiência da demanda.

Na comparação entre o primeiro e o segundo trimestres de 2019, foi menos intenso o problema da falta ou do alto custo de matérias-primas, o que se explica pela atividade econômica insatisfatória. Mas os industriais acreditam que se agravou o risco de competição desleal, que inclui contrabando e dumping, ao mesmo tempo que cresce o peso negativo decorrente da burocracia excessiva. A menção desse problema por 15,6% dos entrevistados é recorde histórico.

Segundo a CNI, as indústrias ainda alimentam expectativas favoráveis para o futuro, mas os investimentos estão contidos, bem como as contratações de pessoal.

Fica evidente, assim, a expectativa de que liberações de recursos dos consumidores mantidos em fundos de poupança compulsória, como o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e o PIS-Pasep, tragam algum alento à economia, mas isso dependerá da velocidade do ingresso desses recursos na economia.

Fonte: Estadão