Brasil Mais aumenta eficiência e produtividade de empresas

Programa do governo federal em parceria com Sebrae, Senai e ABDI começa a apresentar resultados na ampliação de faturamento e na redução de desperdícios dos pequenos negócios

Aumento de 22% no faturamento no início de 2021 em relação ao mesmo período em 2020. O resultado surpreendente foi obtido pela Dynamine, empresa de consultoria especializada em Solução Dinâmica, de São Paulo, depois de buscar a ajuda do Brasil Mais. O programa, do governo federal, oferece às micro e pequenas empresas soluções de baixo custo e rápida implementação com foco na melhoria das capacidades práticas e gerenciais, promoção do aperfeiçoamento contínuo, inovação em processos e redução de desperdícios. Em todo o país, o programa tem quase 22 mil empresas inscritas.

Coordenado pela Secretaria Especial de Produtividade, Emprego e Competitividade do Ministério da Economia, com gestão operacional da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) e executado pelo Sebrae e pelo SENAI, o Brasil Mais já atendeu cerca de dez mil empresas desde sua implantação em fevereiro de 2020, embora tenha sido paralisado até outubro por conta da pandemia de coronavírus.

O empresário Dennis Travagini Cremonese, sócio da Dynamine, se inscreveu e foi atendido pelo Sebrae, responsável, dentro do programa, pela execução do eixo Melhores Práticas Gerenciais (voltado para empresas). O objetivo de Dennis era aumentar o número de clientes e, consequentemente, o faturamento. “Foi criado um processo de marketing em vendas que nos permitiu ver os pontos de melhoria e ter um real controle de toda a operação, desde a captação até o acompanhamento pós-projeto com os clientes”, contou.

Como resultado do programa, a Dynamine teve um aumento significativo no faturamento. Apenas nos dois primeiros meses de 2021, 50% a mais que em 2019 e 22% em relação a 2020. “Também estamos com vários pedidos de propostas. Estamos muito satisfeitos e indicamos a todos os empreendedores a participação no Brasil Mais”, afirmou.

Não muito longe dali, em Araraquara, o Agente Local de Inovação (ALI) do Sebrae, Ícaro Spaziani, atendeu duas empresas no ramo de atacado de peças. “Na Castro Atacadista, de construção civil, fizemos um trabalho de gestão de estoque, em que organizamos o processo, criando etiquetas de identificação e ajuste de gôndolas”, explicou.

Para o proprietário, Felipe Castro, o trabalho fez toda a diferença, não só para a otimização do espaço físico mas para a mudança de mentalidade. “O projeto está ajudando a gente a impulsionar os negócios e a produtividade, mas, principalmente, a rever nossos conceitos e a buscar um próximo nível”.

A segunda empresa atendida, a HL Peças, de automóveis, tinha outro foco: escoar produtos parados há muito tempo em estoque. Para resolver o problema, Ícaro trabalhou um plano de marketing voltado para o e-commerce, e os resultados apareceram rapidamente. “Optamos por plataforma de marketplace, e não por site próprio de vendas e, ao testar essa ação, houve um aumento gradativo de visualizações, comentários e, principalmente, de vendas”, contou.

De acordo com uma das proprietárias da HL, Lívia de Souza, antes do trabalho com o ALI, nenhum dos sócios tinha experiência com vendas pela Internet. “Inclusive, em agosto do ano passado, nós tentamos, por conta da pandemia, e o resultado foi desastroso. A ação do ALI nos ajudou a observar a concorrência, a ver a importância da descrição do anúncio, a questão do algoritmo, ou seja, como ser encontrado da melhor forma pelos clientes, enfim, ficamos surpresos com os resultados porque a consultoria nem terminou e já estamos vendendo”.

Melhores Práticas Produtivas

No eixo Melhores Práticas Produtivas, voltado para indústrias, e executado pelo SENAI, o consultor do Instituto de Logística de Produção do SENAI Santa Catarina, Ronaldo Rohloff, atendeu a empresa Móveis Zamarki, no município de Irani (SC). Ele conta que logo na primeira visita à indústria, as oportunidades de melhoria ficaram evidentes.

“O gargalo estava no processo de estofamento, onde havia mais problemas. Eles tinham uma célula mal planejada e mal distribuída. Coletando os tempos de ciclo de cada um, nem foi preciso colocar mais pessoas, trabalhamos apenas com a realocação de um deles como abastecedor de linha”, explicou. O consultor conta que mudanças de layout também foram implementadas para otimizar o tempo de trabalho dos colaboradores.

Segundo um dos sócios da Móveis Zamarki, Ismael Zamarki, foi exatamente a movimentação desnecessária a responsável pela perda de tempo e, consequentemente, de produtividade. “Com a consultoria e a implantação das soluções, conseguimos um aumento de 20% na produção somente no setor da estofaria, fora nas demais áreas. E o que é ainda melhor: não foi preciso nenhum investimento alto, além da realocação de pessoas e funções”, comemorou.

Ronaldo destacou a participação do empresário e dos funcionários em todo processo. “O principal ganho pra mim, como consultor, foi a disciplina e a educação. Os colaboradores e os diretores abriram os olhos para novas oportunidades de melhoria”.

Por Agência Sebrae de Notícias

Sistema Indústria adota medidas de combate ao coronavírus

Veja as medidas e ações adotadas, em todo o Brasil, pelas Federações de Indústrias, SESI, SENAI e IEL para tentar diminuir a transmissão do vírus

A pandemia de coronavírus tem mudado hábitos individuais e coletivos em todo o mundo. E o combate a este novo vírus depende de cada um de nós.

Em todo o Brasil, o Sistema Indústria vem adotando medidas preventivas e orientado funcionários, alunos e colaboradores.

Aulas, serviços e atividades foram suspensas em diversas unidades. Estão sendo feitas campanhas de esclarecimento e orientação dentro do sistema e também em empresas.

Veja como as Federações das Indústrias, o Serviço Social da Indústria (SESI), o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) e o Instituto Euvaldo Lodi (IEL) estão enfrentando o problema nos estados.

Clique aqui para ver a tabela por estado.

Meta é que o Brasil avance 10 posições em ranking de inovação até 2022, diz Carlos da Costa

Secretário do Ministério da Economia participou de reunião da Mobilização Empresarial pela Inovação (MEI).

Presidente da CNI, Robson Andrade, ressaltou importância de união do governo e setor produtivo em prol da inovação

O secretário especial de Produtividade, Emprego e Competitividade do Ministério da Economia, Carlos da Costa, afirmou nesta sexta-feira (2) que o governo estabeleceu como meta que o Brasil melhore 10 posições no ranking de inovação do Relatório Global de Competitividade, publicado pelo Fórum Econômico Mundial. Atualmente, o país se encontra na 72ª colocação entre 140 países. “A nossa meta é avançar 10 posições até 2022. O nosso maior objetivo é aumentar produtividade no país”, frisou.

Carlos da Costa participou da reunião do Comitê de Líderes da Mobilização Empresarial pela Inovação (MEI), no escritório da Confederação Nacional da Indústria (CNI), em São Paulo. Segundo ele, o governo se baseará no ranking de competitividade e também no Índice Global de Inovação (IGI), do qual a CNI é parceira, para aprimorar políticas estratégicas para o setor. No IGI, divulgado no último dia 24, o Brasil caiu da 64ª para a 66ª posição entre 129 países.

Entre as iniciativas para o país avançar na agenda de inovação, Carlos da Costa destacou a viabilização do financiamento de startups, por meio do Programa Inovativa, e o avanço do Brasil Mais Produtivo, programa criado pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) e executado em parceria com o governo federal.

“O Inovativa e o Brasil Mais Produtivo são programas que se provaram eficazes. A gente vai alavancar o Brasil Mais produtivo e queremos levar para 300 mil empresas brasileiras práticas de gestão e inovação, com o apoio do SENAI e do Senac. Acreditamos que vamos conseguir avançar muito nisso”, enfatizou o secretário do Ministério da Economia, classificando o Brasil Mais Produtivo como a “principal avenida” para tornar o país mais inovador.

Para o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade, governo e setor produtivo devem se unir para priorizar políticas de aprimoramento à inovação como estratégia de desenvolvimento econômico. “Esse debate é indispensável, sobretudo no momento em que as reformas estruturais começam a avançar, sendo fundamentais para a estabilização das finanças públicas”, afirmou. “A MEI desde que nasceu sempre procurou ter um diálogo muito forte com as instituições de governo e com o Congresso Nacional”, completou Andrade.

INOVA TALENTOS – Andrade ressaltou recentes conquistas da MEI – movimento coordenado pela CNI que reúne representantes de mais de 200 grandes empresas –, como a renovação do acordo do Programa Inova Talentos com o CNPq até 2024. O programa da CNI seleciona bolsistas para atuarem em projetos, com o objetivo de transformar pesquisas em negócios, produtos e serviços.

“Nesse novo ciclo, a expectativa é captar, junto às empresas participantes, R$ 34 milhões, montante destinado ao pagamento das bolsas de fomento tecnológico e extensão inovadora”, disse Andrade. Desde 2013, quando o Inova Talentos foi criado, 2.129 projetos foram submetidos, sendo 987 aprovados. Desse total, 754 já foram executados e 233 estão em execução, com 3.443 bolsas solicitadas e média de 60% dos bolsistas participantes contratados pelas empresas.

Ao apresentar a situação do Brasil no Índice Global de Inovação, o presidente do Conselho de Administração da Ultrapar e membro do Conselho Consultivo do IGI, Pedro Wongtschowski, ressaltou que o país precisa apostar na inovação para crescer. “Na América Latina, os três países mais bem colocados são Chile, Costa Rica e México. Estamos abaixo de economia menos desenvolvidas que as nossas. Os caminhos são aumentar o empreendedorismo e promover maior abertura da economia para a inovação”, destacou.

CALAMIDADE – Participando pela primeira vez de um encontro da MEI, o presidente da Frente Parlamentar Mista de Ciência, Tecnologia, Pesquisa e Inovação do Congresso Nacional, senador Izalci Lucas, classificou que a inovação no Brasil passa por um “quadro de calamidade pública”. Para ele, é inaceitável o país perder posições em rankings e seguir em direção contrária a grandes economias. “Além de serem insuficientes, os recursos são mal aplicados”, disse o senador, antes de colocar a Frente Parlamentar à disposição da CNI e da MEI para contribuir para o desenvolvimento da inovação. “Precisamos transformar o conhecimento da academia em produtos, serviços e qualidade de vida para a população”, acrescentou o senador.

Também estiveram presentes à reunião da MEI, o presidente da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), Anderson Ribeiro Correia; o presidente da Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP), Waldemar Barroso Magno Neto; e o presidente do Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI), Cláudio Furtado. Entre as metas do INPI, segundo Furtado, estão reduzir o tempo de espera para a análise de patentes e o apoio à inovação voltada para geração de propriedade intelectual.

Por Diego Abreu, de São Paulo / Agência CNI de Notícias