Crescimento do e-commerce em 2019 e as projeções para este ano

Seguindo a trajetória de alta nos últimos anos, o e-commerce brasileiro registrou crescimento de 16% em 2019, em relação a 2018, e segue avançando no primeiro trimestre de 2020. Com o total de R$61,9 bilhões em vendas, segundo os dados da Ebit|Nielsen, o faturamento foi aproximadamente 4 vezes maior do que o registrado em 2010. Diversos fatores têm influenciado esses números positivos: preços atraentes, facilidade/comodidade e até mesmo a necessidade. A previsão é que esses números continuem positivos mesmo em momentos de instabilidade econômica.

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O crescimento do faturamento diz respeito principalmente ao aumento de pedidos e de novos consumidores. Em 2019, tivemos 10,7 milhões de novos consumidores online, o que representa 17% dos consumidores do ano. Enquanto isso, o ticket médio sofreu queda, tanto pela redução dos gastos de consumidores recorrentes quanto da entrada de novos consumidores, que chegam ao canal com ticket médio 7% abaixo do que os consumidores mais experientes.

A partir de novembro de 2019, o e-commerce brasileiro viveu um momento histórico, quando as vendas por dispositivos móveis ultrapassaram as vendas desktop. Aliado a isso, comprovou-se que os sites de busca e as redes sociais são os principais caminhos para as lojas, com variações de acordo com cada segmento. No setor de “bebidas” e “roupas e calçados”, por exemplo, as redes sociais atraíram mais consumidores do que os próprios buscadores.

Também em 2019, a Black Friday disparou frente ao Natal, se consolidando como a data mais importante do e-commerce: 2,85 milhões de consumidores compraram no E-Commerce na Black Friday 2019. Desses, 418 mil foram novos consumidores. (E-bit | Nielsen, 2020)

E-commerce em 2020: impactos do covid-19

No primeiro semestre de 2020, o mercado eletrônico brasileiro teve que enfrentar um desafio desconhecido: a proliferação do coronavírus. As primeiras semanas de isolamento social tiveram um efeito considerável sobre o e-commerce, que apresentou queda no período. No entanto, a curva descendente não durou muito tempo. Com a readaptação dos mercados, o e-commerce voltou a se aquecer e apresentou crescimento em relação ao ano anterior.

O gráfico abaixo, divulgado pela Konduto, em parceria com a E-commerce Brasil, mostra o resultado do estudo que analisou mais de 20 milhões de pedidos entre os dias 1 de março a 8 de abril.

Visão Geral | Número de pedidos (Konduta, 2020)

Dentre as categorias que “fugiram da curva”, estão a de produtos de farmácia e os supermercados que seguiram crescendo mesmo durante as primeiras semanas, uma vez que os consumidores deram preferência a itens necessidade básica, de saúde e higiene pessoal. Veja os gráficos a seguir.

produtos de farmácia
produtos de supermercados

Farmácia e Supermercados | Número de pedidos (Konduta, 2020)

Os dados demonstram o caminho rumo ao amadurecimento do e-commerce de supermercados, com a comercialização de produtos perecíveis. Os varejistas que já vendiam seus produtos pela internet saíram na frente da concorrência e puderam conquistar uma clientela que poderá fazer das compras de mercado online um novo hábito.

Apesar do “susto inicial”, a tendência observada em 2019: maior número de pedidos (32,6%), maior faturamento (26,7%) e menor ticket médio (-4,5%) se repetiu no primeiro trimestre de 2020, em comparação ao mesmo período do ano passado. Os dados são do relatório  Neotrust, realizado pela Compre & Confie em parceria com a E-commerce Brasil.

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As TOP 4 categorias que impulsionaram o faturamento, se comparado com 2019, foram Eletrônicos, Casa&Decoração, Informática e FMCG (produtos de giro rápido). Destaque para categorias de Páscoa, com crescimento de +1.090% em faturamento em função do aumento de quantidade de pedidos.

O que vem daqui para frente?

Os resultados de 2019 e do início de 2020 comprovam que o e-commerce segue trilhando um futuro de crescimento. A crise evidenciou a necessidade da aproximação digital e mostrou à lojistas a importância de diversificar os canais, transformando lojas físicas em lojas virtuais, unindo-se aos aplicativos e investindo em plataformas de e-commerce para gerar uma melhor experiência de compra online.

A operação omnichannel ganha ainda mais força com a necessidade de unir canais diversos: site, redes sociais, drive through, delivery, take-away, pick-up e alternativas antes nem imaginadas. Uma coisa é certa: o Brasil sairá da quarentena com consumidores e lojistas ainda mais experientes, o que tornará o novo cenário de comércio eletrônico ainda mais competitivo.

Por Cristiano Chaussard, diretor da Flexy – Plataforma de E-commerce