Governo deixa de cobrar R$ 242,6 bi em dívidas tributárias

Medida deu fôlego a empresas e pessoas impactadas pela pandemia do novo coronavírus

Como parte do pacote anticrise implementado em 2020, o governo deixou de cobrar R$ 242,6 bilhões em débitos tributários inscritos na dívida ativa da União. O objetivo foi dar fôlego a empresas e pessoas impactadas pela pandemia do novo coronavírus.

Assim como em outras medidas emergenciais, o Ministério da Economia não deu continuidade a essas suspensões em 2021 e iniciou a retomada das cobranças. No entanto, com setores ainda impactados pela crise sanitária e a retomada de parte das políticas restritivas em capitais, empresários cobram a reedição das medidas.

Documento produzido pala PGFN (Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional) analisou os valores que deixaram de ser cobrados entre março e setembro do ano passado, por tipo de mecanismo.

“A gente suspendeu protestos, ajuizamentos de execução fiscal, encaminhamentos para órgãos de restrição a crédito. […] O rito normal de cobrança foi afetado”, disse o procurador-geral-adjunto de Gestão da Dívida Ativa da União, Cristiano Neuenschwander.

O maior impacto vem da suspensão dos procedimentos de responsabilização de terceiros –quando alguém passa a ser cobrado por dívidas de uma empresa que foi dissolvida de forma irregular. Nesse caso, débitos de R$ 159,9 bilhões deixaram de ser atribuídos. No período, também não foram feitos 781 mil protestos de dívidas em cartório. Essa conta somou R$ 45,5 bilhões.

O governo ainda suspendeu a regra que determinava a rescisão de acordos de parcelamentos tributários em casos de atraso no pagamento. Foram poupados 271 mil devedores, com débito total de R$ 20,5 bilhões. Por fim, a PGFN deixou de pedir na Justiça a execução fiscal de 2.745 dívidas, que totalizam R$ 16,8 bilhões.

Com as medidas, o governo abriu mão de parte da arrecadação que poderia conseguir com a recuperação de débitos da dívida ativa. Porém, isso não significa que todos esses valores retornariam aos cofres públicos se a cobrança fosse feita normalmente.

Muitos dos débitos cobrados pelo governo acabam não sendo pagos, engordando a dívida ativa da União.O presidente da Abrasel (Associação Brasileira de Bares e Restaurantes), Paulo Solmucci, afirma que o setor vive agora o momento mais delicado desde o início da pandemia.

Segundo ele, os empresários ainda enfrentam dificuldades e tiveram que voltar a pagar os tributos ordinários e aqueles que haviam sido suspensos.” Veio uma segunda onda de restrições nas cidades, as contas agora estão dobradas, o aluguel voltou a ser o que era, com reajustes pelo IGP-M. A sobrevivência está mais ameaçada agora do que já esteve antes”, disse.

Solmucci vem negociando pessoalmente com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e a equipe econômica a retomada de medidas emergenciais. Segundo ele, as suspensões de cobrança foram essenciais para a manutenção das atividades em 2020 e deveriam ser reeditadas.

“Um número enorme de empresas não está conseguindo pagar essa folha salarial de janeiro. A retomada de medidas como essas, além de aumentar a carência para pagar impostos, vai ser fundamental para manter a solvência do setor”, disse.

Em relação ao retorno dos procedimentos de cobrança, a PGFN informou que vem adotando uma abordagem gradativa, priorizando casos com constatada capacidade de pagamento do devedor ou prática de fraudes.

O órgão afirma ainda que está atento ao cenário e adotará medidas sempre que necessário, com o objetivo de assegurar receitas públicas e dar assistência a contribuintes em situação de crise econômica.

No caso da indústria, o gerente de política econômica da CNI (Confederação Nacional da Indústria), Mário Sérgio Carraro Telles, afirma que o setor vem em trajetória de recuperação expressiva depois de queda acentuada no primeiro semestre de 2020.

Segundo ele, as medidas do governo deram fôlego às empresas no ano passado.” Essas ações da PGFN e da Receita Federal foram no sentido de deixar o máximo possível de recursos nas empresas, dar a maior liquidez possível”, disse.

Telles afirma que a indústria conseguiu voltar à atividade e que grande parte das empresas já não precisa mais das medidas emergenciais, e sim de reformas estruturantes. Para ele, a retomada dessas ações pontuais pode ser mais necessária para o setor de serviços, que ainda sofre para se recuperar.Em razão da adoção das medidas emergenciais no ano passado, a PGFN espera que um volume relevante de tributos não pagos durante a pandemia ainda seja incorporado à dívida ativa.

Como a Receita também suspendeu prazos de cobranças, os trâmites internos se alongaram. Dos impostos adiados por alguns meses em 2020, quase R$ 21 bilhões encerraram o ano sem pagamento.

Parte desse montante ainda deve chegar à dívida ativa.” Foi um ano muito difícil, é natural que a inadimplência aumente, aumentou para todo o mundo. O reflexo seria a dívida ativa também ter um aumento substancial, mas, para a dívida chegar aqui na PGFN, ela passa ainda por uma cobrança na Receita que leva até 120 dias. Existe um passivo que vai chegar, principalmente esse formado na pandemia”, disse o procurador.

Entre 2019 e 2020, o montante da dívida ativa foi de R$ 2,44 trilhões para R$ 2,57 trilhões, um crescimento de R$ 130 bilhões. Ainda assim, Neuenschwander afirma que houve uma melhora de perfil, com crescimento dos débitos em situação regular porque 268 mil dívidas foram renegociadas pelos devedores e inseridas no programa de parcelamento.

  Fonte: Folhapress

eSocial: empresas do 2º grupo devem aderir à DCTFWeb até dia 19

Empresas do 2º grupo do eSocial podem entregar a DCTFWeb a partir de março, mas, para isso, precisam aderir a opção da DCTFWeb até dia 19 de fevereiro.

As empresas do 2º grupo do eSocial que ainda não entregam a Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais Web – DCTFWeb, ou seja, aquelas já obrigadas ao envio de eventos periódicos no eSocial, podem transmitir o documento a partir de março de 2021.

Só que, para isso, elas têm que aderir a opção da DCTFWeb, disponível somente até o dia 19 de fevereiro. A regra está exposta na Instrução Normativa RFB nº 2.005, de 29 de janeiro de 2021.

É importante salientar que a entrega da DCTFWeb de março de 2021, que se refere aos fatos geradores ocorridos em março de 2021, deverá ser enviada até o dia 15 de abril de 2021.

Adesão A adesão à entrega antecipada da DCTFWeb poderá ser feita exclusivamente por meio do Portal e-CAC disponível no endereço www.gov.br/receitafederal. No e-CAC, o contribuinte deve acessar o menu “Cobrança e Fiscalização > Obrigação Acessória – Formulários online e Arquivo de Dados > Termo de Opção – DCTFWeb – antecipar a adesão”.

Após o prazo, as empresas que não aderirem à entrega antecipada estarão obrigadas ao envio da DCTFWeb apenas a partir do período de apuração julho de 2021, com o restante do 2º grupo e com o 3º grupo do eSocial.

Cronograma A Instrução Normativa RFB nº 2.005/2021 definiu as seguintes competências a partir das quais a DCTFWeb será obrigatória e substituirá a GFIP:

Julho de 2021: Parte do 2º grupo do eSocial que ainda não entregam a DCTFWeb (empresas não optantes pelo Simples Nacional com faturamento em 2017 inferior a R$4,8 milhões) e 3º grupo – optantes pelo Simples Nacional, microempreendedores individuais, produtores rurais pessoa física, empregadores pessoa física com exceção dos domésticos, e entidades isentas;

Junho de 2022: 4º grupo do eSocial (entes da administração pública e organizações internacionais).

A DCTFWeb é uma declaração que, na prática, substitui a Guia de Recolhimento do FGTS e de Informações à Previdência Social – Gfip na transmissão dos dados concernentes a débitos de contribuições previdenciárias e de contribuições destinadas a terceiros.

Fonte: Contábeis

MEI: confira as mudanças para categoria em 2021

Para se tornar um microempreendedor individual neste ano, é preciso estar enquadrado em algumas regras

Em 2020, o Brasil somou 2,6 milhões de novos Microempreendedores Individuais (MEIs), chegando ao total de 11,3 milhões, segundo o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae).

O aumento expressivo nos empreendedores foi motivado pelo alto índice de desemprego, um dos reflexos da pandemia. Em 2021, especialistas acreditam que o interesse deve continuar. Mas é preciso ficar de olho nas mudanças que estão previstas para a categoria neste ano.

A primeira delas é que o teto de faturamento do MEI em 2021 é de R$ 81 mil por ano (ou R$ 6.750 por mês de operação, caso a empresa não seja aberta em janeiro). Também é importante lembrar que o MEI não pode ser sócio de outra empresa ou ter filiais, e só pode empregar um funcionário.

Além disso, é preciso verificar se as atividades que serão exercidas profissionalmente estão entre as permitidas aos microempreendedores. Essa lista é atualizada anualmente e o ideal é que essa consulta seja feita antes de realizar o cadastro. Neste ano, não houve alterações em relação à 2020.

Pagamento de impostos

Sobre as obrigações com o Fisco, no caso do MEI, o pagamento dos tributos é feito de maneira unificada. A categoria faz parte do regime tributário Simples Nacional, que une guias de impostos e isenta os empreendedores de diversos tributos federais, como Cofins, CSLL, Imposto de Renda, IPI e PIS.

A contribuição é recolhida por meio do Documento de Arrecadação do Simples Nacional (DAS), que deve ser pago mensalmente. O valor é determinado de acordo com a atividade em que o MEI está enquadrado, pois pode gerar incidência de taxas de ICMS ou ISS.

São três enquadramentos possíveis: indústria ou comércio; prestação de serviços; e comércio e serviços juntos.

O DAS também é ajustado de acordo com o valor do salário mínimo praticado no país. O DAS representa 5% do salário mínimo, além de taxas de ICMS (R$ 1 por mês) e ISS (R$ 5 por mês).

Com o novo mínimo, definido em R$ 1.100 para 2021, estes são os valores mensais da DAS: R$ 56 para indústria ou comércio; R$ 60 para prestação de serviços; e R$ 61 para comércio e serviços juntos.

É importante reforçar que, mesmo que não pague uma porcentagem mensal de IR, o microempreendedor individual também precisa declarar anualmente seus ganhos referentes ao ano anterior.

O dono de negócio deve preencher a Declaração Anual de Faturamento do Simples Nacional (DASN-SIMEI), além de preencher seu Imposto de Renda na pessoa física.

Quem foi MEI ao longo de 2020, por exemplo, precisa entregar a declaração até 31 de maio de 2021. Não entregar o documento no prazo acarreta multas. Já quem vai se tornar MEI neste ano irá declarar seus ganhos apenas em 2022.

Fonte: Contabeis

Governo pode liberar linha de crédito para bares e restaurantes

Um dos mais atingidos pelas medidas de restrições, setor pode ter acesso ao Pronampe, programa de crédito para micros e pequenas empresas. Bolsonaro prometeu aos bares dar em 15 dias uma resposta sobre a linha de crédito –

Depois que o presidente Jair Bolsonaro entrou em campo, o Ministério de Economia estuda a possibilidade de fazer uma linha do Pronampe, o programa de crédito subsidiado para micros e pequenas empresas, voltado para o setor de bares e restaurantes, novamente atingido com as restrições de funcionamento que vêm sendo impostas dado o agravamento da pandemia da COVID-19.

A proposta de fazer medidas para setores específicos, porém, sofre muita resistência dentro da própria equipe econômica porque até agora as ações adotadas para o enfrentamento da COVID-19 tiveram caráter “horizontal”. Ou seja, valeram para todos os segmentos.

Os técnicos também avaliam o pedido das micro e pequenas empresas para a prorrogação do prazo em que começam a pagar as parcelas dos empréstimos concedidos no ano passado.

Criado durante a pandemia, o Pronampe atendeu, sobretudo, à demanda dos pequenos negócios dos setores de serviços e comércio, os mais atingidos pelas medidas de isolamento social adotadas no início da pandemia. O Pronampe atendeu a cerca de 517 mil empresas. Nas três fases do programa foram liberados cerca de R$ 37,5 bilhões, de acordo com balanço do Ministério da Economia. A liberação foi feita por meio do Fundo Garantidor de Operações (FGO), com recursos do Tesouro.

A grande vantagem do programa foi atuar por meio de garantias para facilitar o acesso das empresas ao crédito, onde o governo se torna um avalista do empresário (ou seja, se as empresas dão calote, o governo assume a conta). Em dezembro, uma medida provisória abriu crédito extraordinário no valor de R$ 10,1 bilhões e possibilitou a terceira fase do programa, mas o dinheiro acabou.

Para o presidente do Sebrae, Carlos Melles, não é uma proposta “descabida” uma linha do Pronampe para bares e restaurantes porque o segmento tem sofrido muito com o “abre e fecha”. “Dá uma insegurança maior”, afirmou Melles ao Estadão. Segundo ele, há um movimento para o segmento porque o serviço de delivery tem ajudado, mas não resolve o problema.

Melles defende uma reformulação do programa agora em 2021, mas que possa alavancar (multiplicar) em cinco vezes os recursos disponíveis. Para isso, o governo teria de encontrar espaço no Orçamento para fazer um novo aporte no FGO. Com o mesmo volume do ano passado, o presidente do Sebrae diz que é possível oferecer R$ 200 bilhões em novos empréstimos. Na área econômica, porém, os técnicos de Orçamento afirmam que não há dinheiro.

Para todos

Já Guilherme Afif Domingos, assessor Especial do ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que o espírito da equipe econômica não é o de fazer medidas setoriais. Por isso, afirmou, que o melhor caminho são medidas que abranjam todas as empresas.

Afif, que já foi presidente do Sebrae, considera que o momento hoje é de garantir a renegociação dos prazos de carência. “Num momento em que está havendo um repique do fechamento do comércio, por que não retardar o pagamento? É justo pleitear para todas as micro e pequenas empresas”, afirmou. O programa tem prazo de carência de oito meses, para o empréstimo começar a ser pago.

Segundo dados apresentados por Afif, o grosso da primeira parcela de vencimentos vai ocorrer em junho. São 207,2 mil empréstimos que foram contratados em setembro, quando foram concedidos R$ 11,23 bilhões em crédito pelo programa. Em março, termina o prazo dos 15,2 mil primeiros contratos feitos em junho, logo depois que o Pronampe foi criado.

Afif aposta também no redesenho do programa, com um valor menor de garantias, mas que permita ao setor bancário oferecer mais empréstimos num momento em que está havendo um repique do fechamento do comércio. No ano passado, os repasses do Tesouro para o FGO ficaram foram do teto de gastos, a regra que impede o crescimento das despesas acima da inflação.

O presidente Bolsonaro prometeu esta semana responder, em até 15 dias, se o governo tem condições ou não de ajudar o setor de bares e restaurantes. Bolsonaro levou representantes da categoria ao Ministério da Economia, na quarta-feira, com o ministro Paulo Guedes, e saiu de lá com uma lista de pedidos, que incluiu o adiamento do início dos pagamentos de empréstimos subsidiados concedidos em 2020 e retomada da permissão para que empresas reduzam salário e jornada ou suspendam contratos de trabalhadores.

  Fonte: Estado de Minas

Receita Federal: Nota de Esclarecimento sobre vazamento de dados

Sobre as matérias veiculadas na imprensa referente ao vazamento de dados pessoais de brasileiros, incluindo o Cadastro da Pessoa Física (CPF), a Receita Federal informa que não houve vazamento de sua base de dados, e se colocou à disposição das autoridades para auxiliar no esclarecimento dos fatos se necessário.

Cada inscrito no CPF recebe um único número de inscrição, inalterável a não ser por decisão judicial ou administrativa. Não há necessidade do cidadão se dirigir a qualquer unidade da Receita Federal por conta do suposto vazamento de seu número de inscrição.

Quando associado com outros dados pessoais vazados, o número do CPF pode auxiliar na prática de fraudes. Nesses casos, recomenda-se que a população fique atenta para tentativas de criminosos de se passarem por elas mesmas ou pessoas conhecidas em busca de outros dados e senhas, através da prática conhecida como phishing.

A Receita Federal reforça que não envia e-mails, SMS ou mensagens em quaisquer redes sociais solicitando informações sigilosas ou pedindo que se clique em links suspeitos. Os serviços à distância prestados pelo órgão são realizados exclusivamente pelo Centro Virtual de Atendimento ao Contribuinte (Portal e-Cac), acessível pelo site gov.br/receitafederal, ou pelos aplicativos móveis oficiais da Receita Federal. No ano passado, foram prestados mais 250 milhões de serviços virtualmente, além de mais de 5 milhões de atendimento presenciais nas unidades do órgão.

Fonte: Governo Federal

Prorrogado prazo de pagamento de tributos no âmbito do Simples Nacional

DIÁRIO OFICIAL DA UNIÃO

Publicado em: 29/01/2021 | Edição: 20 | Seção: 1 | Página: 21

Órgão: Ministério da Economia/Secretaria Especial de Fazenda/Comitê Gestor do Simples Nacional

RESOLUÇÃO CGSN Nº 157, DE 28 DE JANEIRO DE 2021

Dispõe sobre a prorrogação de prazo de pagamento de tributos no âmbito do Simples Nacional.

O Comitê Gestor do Simples Nacional, no uso das atribuições que lhe conferem a Lei Complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006, o Decreto nº 6.038, de 7 de fevereiro de 2007, e o Regimento Interno aprovado pela Resolução CGSN nº 1, de 19 de março de 2007, resolve: Art. 1º A data de vencimento dos tributos apurados no âmbito do Simples Nacional relativos ao período de apuração de janeiro de 2021 fica alterada para 26 de fevereiro de 2021. Art. 2º Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação no Diário Oficial da União.

JOSÉ BARROSO TOSTES NETO

País tem saldo positivo no emprego formal em 2020, mas não recupera vagas perdidas na pandemia

O Brasil encerrou 2020 com geração líquida (contratações menos demissões) de 142.690 empregos formais, segundo os dados divulgados nesta quinta-feira (28) pelo Ministério da Economia.

Apesar do saldo positivo, os resultados mostram que não foram recuperadas as vagas perdidas pelos efeitos da pandemia do coronavírus, que levaram a um fechamento de 1,6 milhão de postos de março a junho, segundo dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados).

O país eliminou empregos formais em março (-271 mil), abril (-948 mil), maio (-366 mil) e junho (-24 mil); e voltou a gerar postos em julho (geração de 140 mil), agosto (com saldo positivo de 244 mil), setembro (criação de 314 mil), outubro (com abertura de quase 389 mil) e novembro (414 mil vagas).

Já o resultado de dezembro foi de corte de 67.907 postos de trabalho, revertendo a tendência de crescimento observada desde julho -o último mês do ano é tradicionalmente de fechamento das vagas abertas para a temporada.

No ano, houve 15.166.221 admissões e 15.023.531 desligamentos.

Os dados reforçam ainda a diferença de comportamento no mercado de trabalho entre empregos formais e informais, já que a taxa de desemprego medida pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) foi de 14,1% no trimestre encerrado em novembro de 2020. Essa é a taxa mais alta para o período desde o início da série (em 2012).

Enquanto o Caged mede apenas o mercado formal, regido pelas regras da CLT (Consolidação das Leis do Trabalho), os dados do IBGE são mais amplos e pesquisam também o mercado informal.

Os números mostram que o ano teve perdas de empregos no auge da crise, de março a junho, e depois começaram a se recuperar -até a queda observada no mês de julho.

O resultado de dezembro ainda não tem ajuste de declarações feitas fora do prazo, o que, combinado com um maior atraso observado nas informações prestadas por empresas neste ano devido à Covid e a uma mudança na metodologia em 2020, deve levar a alterações nos números a serem observadas nas próximas divulgações.

Fonte: Folha PE

Governo estuda facilitar corte de jornada e salário

[caption id="attachment_104947" align="alignleft" width="570"] Marcello Casal Jr / ABr[/caption]

O Ministério da Economia estuda aprimorar e simplificar o lay-off, instrumento que já existe e pelo qual as empresas em momentos de crise podem suspender o contrato de trabalho por até cinco meses, enquanto os trabalhadores receberiam o seguro-desemprego.

Essa é uma das alternativas em estudo pela equipe econômica para substituir o Programa de Preservação do Emprego e Renda, criado pelo governo e considerado um dos mais bem-sucedidos entre as medidas de enfrentamento da primeira onda da covid-19. Nesse programa, era possível firmar acordos de redução de jornada e salário ou suspensão de contrato, mediante uma compensação paga pelo governo, o chamado benefício emergencial (BEm).

Não está descartada a possibilidade de renovação do BEm, mas o Ministério da Economia montou um grupo de trabalho que estuda outras alternativas para tentar contornar a restrição fiscal. A edição de 2020 do programa foi feita com base no estado de calamidade pública e no orçamento de guerra, que retirou as amarras fiscais do Orçamento para abrir caminho aos gastos da crise. Ambos perderam efeito em 31 de dezembro de 2020.

A pressão do setor empresarial pela renovação do BEm se intensificou nos últimos dias, após diversas cidades aumentarem as restrições do comércio. O setor de bares e restaurantes é o que mais levanta a bandeira, embora o comércio em geral tenha interesse na medidas mais duras de distanciamento ou até lockdown.

Ontem, o presidente Jair Bolsonaro levou a tiracolo o presidente da Abrasel (Associação Brasileira de Bares e Restaurantes), Paulo Solmucci, até o gabinete do ministro da Economia, Paulo Guedes, para tentar uma solução. Na saída, Bolsonaro prometeu uma resposta em até 15 dias sobre a possibilidade de nova ajuda ao setor. Ele pregou que as cidades não decretem novas restrições de circulação.

Restrições

Na semana passada, por causa da alta de infecções pela covid-19, o Governo de São Paulo anunciou regras mais restritivas para o funcionamento do comércio. Em Belo Horizonte, desde o início do mês, também vigoram medidas de fechamento com prioridade para atividades essenciais.

“Tem um estado que ao fechar tudo a partir das 20h e sábado e domingo, também, atinge diretamente o coração de garçons, donos de bares e de eventos, bem como o mesmo problema está acontecendo na capital BH (Belo Horizonte)”, disse Bolsonaro. O governo paulista reagiu e, em nota, disse esperar que o presidente “pare de sabotar publicamente as medidas restritivas” para conter a pandemia.

No ano passado, o governo permitiu com o BEm não só a suspensão de contratos, mas também a redução de jornada e salário em até 70%. Agora, a ideia é facilitar o emprego do lay-off. Na forma atual, o lay-off permite ao trabalhador receber o seguro-desemprego, mas só pode ser adotado se aprovado por acordo coletivo e desde que o trabalhador participe de um curso de qualificação presencial. O modelo foi criado no passado em apoio à crise das montadoras e é considerado ainda burocrático.

Por isso, pode sofrer aperfeiçoamentos. O governo estuda permitir a adoção do lay-off por meio de acordo individual e a realização do curso de qualificação de forma remota.

Outra opção é retomar uma ideia ventilada ainda no início da pandemia, de permitir a adoção das medidas de redução de jornada e salário prevendo um adiantamento do seguro-desemprego, com recursos do Fundo de Amparo do Trabalhador (FAT). Essa proposta acabou não vingando porque enfrentou resistências de quem temia que o trabalhador fosse demitido e ficasse sem nada a receber – o que levou o governo a pagar o BEm com recursos dos cofres públicos. Para tentar contornar o problema, está sendo pensado algum mecanismo que garanta estabilidade para o trabalhador não ser demitido logo no fim do acordo e ficar sem o seguro-desemprego. O problema é que as empresas não são simpáticas à proposta de estabilidade.

Segundo as fontes envolvidas nas negociações, não é intenção da equipe econômica fazer programas setoriais. O que for feito será para todas as empresas.

Presente na reunião com Guedes e Bolsonaro, Solmucci explicou ao Estadão/Broadcast que dois terços das empresas do setor de bares e restaurantes estão com dificuldades para pagar tributos, e a maioria teme não ter dinheiro para começar a pagar este ano os empréstimos subsidiados contratados no ano passado, no auge da crise. Ter de pagar salários a funcionários que não estão conseguindo trabalhar sua carga horária plena seria a pá de cal na sobrevivência desses negócios.

O economista-chefe da CNC (Confederação Nacional de Comércio), Carlos Thadeu de Freitas, aposta que o governo vai renovar o BEm. “Se continuar como está, com o comércio fechando em alguns lugares, como em São Paulo”, disse. Segundo ele, o Brasil ainda precisa do programa de manutenção do emprego diante do cenário de recrudescimento da pandemia. Para ele, o fim do BEm coincidiu com perspectivas negativas para o PIB no primeiro trimestre de 2021. Com esse cenário e sem o auxílio emergencial, Freitas defende o programa para minimizar o desemprego. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Fonte: Uol Economia

Golpe: Receita alerta para e-mail falso sobre regularização do CPF

Usuários do Portal Contábeis relataram que têm recebido e-mails falsos em nome da Receita Federal solicitando a regularização de pendências no CPF para evitar possíveis suspensões no documento.

O e-mail, formulado por criminosos, tenta induzir os contribuintes a fornecerem informações confidenciais, como fiscais e bancárias, como mostra a imagem abaixo.

É possível perceber que a mensagem leva os timbres do Governo federal, do Ministério da Fazenda e da Receita Federal.

Contudo, a Receita afirmou que se trata de um e-mail falso e reiterou que o Órgão não envia, em hipótese alguma, mensagens eletrônicas sem autorização do contribuinte.

Orientação Receita

A Receita orienta contribuintes a não responder qualquer mensagem dessa natureza, sob risco de estar repassando aos fraudadores dados pessoais.

Veja como proceder caso receba mensagens falsas:

1. não abrir arquivos anexados, pois normalmente são programas executáveis que podem causar danos ao computador ou capturar informações confidenciais do usuário;

2. não acionar os links para endereços da internet, mesmo que lá esteja escrito o nome da Receita Federal, ou mensagens como “clique aqui”, pois não se referem ao órgão; e

3. excluir imediatamente a mensagem.

O contribuinte pode obter mais esclarecimentos sobre essa tentativa de golpe nas unidades da Receita ou pela internet (www.receita.fazenda.gov.br).

Fonte: Contábeis

PIS e Cofins não compõem sua própria base de cálculo, diz juíza

Contribuições que não compõem faturamento ou receita bruta das empresas devem ser excluídas da base de cálculo do PIS e da Cofins. Dessa forma, a 5ª Vara Cível Federal de São Paulo reconheceu o direito de uma indústria de sistemas de automação não incluir os valores do PIS e da Cofins nas suas próprias bases de cálculo.

O pedido já havia sido aceito em liminar e foi confirmado na sentença. A magistrada fundamentou a decisão em entendimento do Supremo Tribunal Federal de que o ICMS não compõe a base de cálculo do PIS e da Cofins. Para ela, a tese do STF para a incidência do ICMS se aplica inteiramente à inclusão do PIS e da Cofins nas suas próprias bases de cálculo.

A juíza considerou que o entendimento do STF deveria prevalecer sobre o disposto na Lei nº 12.973/2014, que determina a incidência do PIS e da Cofins sobre a receita bruta, definida no Decreto-Lei nº 1.598/77. O decreto estabelece que “na receita bruta incluem-se os tributos sobre ela incidentes”, o que abre a possibilidade de interpretação a favor da necessidade de inclusão das contribuições nas próprias bases de cálculo — prática conhecida como gross up, ou cálculo por dentro.

Também foi reconhecido o direito de a indústria ser compensada por valores indevidamente pagos nos últimos cinco anos. Atuaram no caso os advogados Denis Chequer AngherAnne Joyce Angher e Laércio Silas Angare, sócios da Angare Angher Advogados.

Fonte: Conjur