Boletim da Receita Federal mostra que vendas do mês de agosto cresceram 13,4%

A média diária de vendas no Brasil no mês de agosto atingiu o valor de R$ 26,8 bilhões, o maior patamar entre os meses do ano de 2020.

O resultado é 4,4% maior que o de julho de 2020 e 13,4% superior ao de agosto de 2019.

Já o gráfico de vendas semanais mostra a recuperação progressiva das vendas com as semanas de agosto alcançando vendas superiores a R$ 175 bilhões e registrando o pico de R$ 210 bilhões na última semana do mês.

Comércio e indústria

Dados do comércio demonstram que o setor contabilizou os melhores resultados no mês de agosto.

A média diária de vendas com a NF-e foi de R$ 10,0 bilhões, um aumento de +1,7% em relação ao mês anterior. Parte desse movimento deve-se ao comércio atacadista, que registrou R$ 7,0 bilhões na média diária de vendas (aumento de 1,5% em relação ao mês anterior).

A indústria também obteve em agosto o melhor desempenho deste ano. No mês, a média diária de vendas registrou R$ 14,2 bilhões (aumento de 9,8% em relação a 2019 e de 5,4% em relação a julho de 2020).

O movimento agregado das notas fiscais eletrônicas (NFe) capta, principalmente, as vendas entre empresas de médio e grande porte, bem como as vendas não presenciais de empresas para pessoas físicas. Mais informações a respeito da NFe podem ser obtidas em: Portal NFe.

Comércio Eletrônico

O comércio eletrônico também alcançou no mês de agosto o melhor resultado do ano com desempenho de vendas 48,6% superior ao mês de agosto de 2019.

Fonte: Jornal Contábil .

Os e-Commerces devem se preparar para a complexidade fiscal

A chegada da Covid-19 e, consequentemente, o isolamento social que foi exigido adotar, forçou a digitalização de muitas operações e ascendeu um mercado que caminhava regularmente, como o e-commerce. Pelo lado das organizações, os projetos de transformação digital que não saiam da gaveta foram forçados a serem colocados em prática em prol da continuidade do negócio, ou seja, aquilo que o CEO, o CIO e o CFO tentavam emplacar foi atropelado pelo que temos chamado de C-Covid, um ator que protagonizou neste cenário de pandemia e destravou os projetos. Pelo lado do varejo on-line, acompanhamos uma corrida que resultou na abertura de uma loja virtual por minuto, ou seja, em pouco mais de dois meses, 107 mil novos e-commerces foram criados para venda de produtos, segundo dados da Abcomm (Associação Brasileira de Comércio Eletrônico).

Isso significa uma ampliação natural do consumo virtual em função da mudança de comportamento de compra dos consumidores, que tende a se consolidar. Diante destes cenários, é possível afirmar que essas duas frentes enfrentarão novos desafios fiscais quando analisamos a complexidade tributária que temos no País, ou seja, é fato que o risco de exposição dessas empresas certamente será ampliado.

As empresas de e-commerce enfrentarão os desafios no cálculo do ICMS, cuja parte do recolhimento é destinado para o Estado de origem e parte para o destino. Se numa situação normal já vemos um grande esforço das operações do comércio eletrônico, imagine com um aumento frequente das vendas desta natureza.

Se as empresas não se prepararem para suportar essa gestão, com acesso aos conteúdos fiscais, muitas estarão expostas ao risco de fiscalização e, aquilo que seria uma oportunidade de crescimento, passará a ser um problema. Já as empresas que foram forçadas a se digitalizarem terão que considerar que seus processos fiscais também precisam estar no mesmo patamar.

Isso porque as organizações precisarão de uma plataforma de gestão fiscal digital robusta para suportar seus novos processos.

A integração automática da determinação de tributos com os ERP´s utilizados por essas companhias é parte da demanda.

E ainda será preciso juntar isso a um conteúdo fiscal atualizado constantemente, pois a complexidade fiscal no nosso país edita cerca de 100 normas por dia.

Se esse cenário já é considerado um “Calcanhar de Aquiles” para as empresas analógicas, imagina para as digitais, que avançarão com processos mais ágeis para atender a velocidade demandada pelo mercado.

Isso sem contar os incentivos fiscais concedidos pelo governo, que envolvem alguns produtos, como vimos com o álcool gel.

Sabendo que esses produtos receberam uma tributação diferenciada, o despreparo das organizações na adoção desse benefício em conformidade com a lei pode fazer com que as empresas deixem de fazer uso de possíveis ganhos ou ainda é possível correr riscos de recolhimentos irregulares. O mercado mudou e é preciso se adaptar a uma realidade desconhecida dentro de uma normalidade que assola as empresas quando vemos gastos anuais da ordem de R$ 70 bilhões com a burocracia, sem contar as despesas que são previstas com autuações, que somam R$ 178 bilhões por ano e fazem com que o contencioso tributário no Brasil seja maior que nosso PIB, alcançando a cifra de R$ 8 trilhões de reais. Ou seja, um volume capaz de matar qualquer empresa ou país. Quem não se preparar com soluções que automatizem os processos tributários e que estejam aptas para um mundo digital, não vai conseguir se ajustar ao novo normal fiscal do mercado.

A carga tributária no Brasil soma 34% do PIB, portanto representa quase a metade dos custos gerenciados pelas empresas.

Inteligência tributária é disciplina chave no país e é condição para se ter um preço final justo e com uma operação saudável.

Agora é a hora de obter uma infraestrutura tecnológica que suporte este novo mercado e prepare as empresas para uma nova onda de sustentabilidade e crescimento, apesar de todas as dificuldades. Por Paulo Zirnberger de Castro é country manager da Sovos Taxweb, pioneira em Digital Tax para o Compliance Fiscal das empresas.

Pesquisa aponta desigualdade no uso de tecnologias por empresas

A utilização de tecnologias da informação e comunicação (TICs) já alcança percentuais expressivos em empresas no país, mas o emprego dessas soluções técnicas ainda é desigual dependendo do tipo e do porte das firmas.

As conclusões estão na pesquisa TIC Empresas 2019, realizada pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.Br), vinculado ao Comitê Gestor da Internet. Foi analisada uma amostra de 7 mil empresas de todo o Brasil.

Entre as companhias ouvidas no levantamento, 54% relataram ter website e 78% contas em redes sociais. Os índices variam, respectivamente, para 51% e 77% no caso das pequenas e 89% e 90% nas grandes.

As redes sociais mais comuns são Facebook (62%), mensageiros como WhatsApp ou Telegram (54%), Instagram ou Snapchat (44%) e Linkedin (15%). Entre 2017 e 2019, as redes que mais cresceram em uso pelas empresas foram os serviços de mensageria.

Comércio eletrônico

WhatsApp

O comércio eletrônico é praticado por 57% dos negócios avaliados. Os principais canais para a venda de produtos online são os serviços de mensageria como o WhatsApp e FB Messenger (42%), seguidos por redes sociais como Facebook, Instagram e Snapchat (20%) e websites próprios das empresas (16%). A compra pela internet é mais comum, sendo informada por 70% das companhias entrevistadas.

Já o recurso da publicidade foi relatado por 36% das empresas analisadas. O índice se mantém independentemente do porte. Mas há variação por setor, com essa ferramenta de promoção sendo mais comum em negócios de alojamento e alimentação (50%), informação e comunicação (46%) e artes, culturas, esportes e recreação (44%).

O levantamento mostrou que 67% das companhias se conectam por fibra ótica, 54% por via linha telefônica (DSL), 51% por cabo (redes usadas para serviços de TV paga, por exemplo) e 46% por conexão móvel, como 3G ou 4G.

O índice de conexão por fibra ótica, a tecnologia mais robusta, é menor em empresas pequenas (65%) do que nas grandes (91%).

Em 2015, o principal tipo de conexão era a linha discada (70%), seguida por fibra ótica (46%), modem móvel (43%) e cabo (37%). A velocidade também aumentou. A proporção de empresas com conexões de um mpbs a 100 mbps foi de 35% para 53%, entre 2015 e 2019.

Serviços na nuvem

O uso de e-mail no ambiente corporativo foi relatado por 39% das empresas avaliadas. Entre as pequenas, o percentual cai para 36%, enquanto nas grandes sobe para 63%. O armazenamento de arquivos ou bancos de dados em servidores externos (na chamada nuvem) foi informado por 28% dos negócios ouvidos, indo para 36% nos pequenos e 54% nos grandes. Já os chamados softwares de escritório (que auxiliam em tarefas de gestão, por exemplo) fazem parte da realidade de 22% das empresas pequenas e de 37% das grandes.

A coleta massiva e processamento inteligente de dados para análises e predições, o chamado big data, foi informado por 4% das empresas que possuem computador. De acordo com o estudo, o índice fica abaixo de países europeus como Espanha (11%), Noruega (15%) e Finlândia (19%).

Fonte: Agência Brasil – Jonas Valente