Inflação abaixo da meta e capacidade ociosa das empresas permitem novos cortes de juros

O Copom reduziu, nesta terça-feira (5/2), a taxa Selic em 0,25 ponto percentual, para 4,25%

O Copom fixou na quarta-feira (5/2) a nova taxa de juros básicos (Selic) em 4,25%. Este percentual significa redução de 0,25 ponto percentual em relação ao patamar anterior. Embora tenha havido uma surpresa com a inflação pelo choque no preço da carne, no final do ano passado, logo nas primeiras semanas deste ano já pudemos ver que foi um episódio passageiro e que não contaminou os demais preços. A inflação projetada para este ano, abaixo da meta, e a alta capacidade ociosa das empresas não deixam dúvidas de que ainda há espaço para corte dos juros sem que haja pressão inflacionária.

Começamos o ano de 2020 em uma situação inédita em nossa história. Finalmente conquistamos um cenário de inflação sob controle, câmbio alinhado e juros baixos, fundamental para um projeto de crescimento sustentável com geração de emprego e renda que o Brasil tanto precisa.

Paulo Skaf, Presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp)

Por Fiesp

Mercado chinês quer ampliar pauta de importação de produtos brasileiros, diz embaixador da China

Produtos como frutas, lácteos e aves são apontados como potenciais, em reunião do Cosag, na Fiesp

A busca pelo aprofundamento das relações bilaterais de comércio entre Brasil e China foi uma das bandeiras levantadas pelo embaixador chinês, Yang Wanming, na segunda-feira (2/09), durante reunião do Conselho Superior do Agronegócio (Cosag) da Fiesp, presidida por Jacyr Costa.

De acordo com o embaixador, ao longo da última década, o país asiático tem sido o maior comprador de produtos agrícolas brasileiros, pauta que deverá ser estendida para demais produtos nacionais. Um exemplo é a projeção apresentada por ele do aumento de compra de carne bovina. “O consumo per capita anual de carne bovina pelos chineses é de apenas 4 kg. Conforme projeções chinesas, o consumo desse produto duplicará até 2027, com uma importação anual de mais de 8 milhões de toneladas. Esse volume ultrapassa a produção total da Europa. Nos últimos quatro anos, a importação chinesa da carne bovina brasileira aumentou seis vezes e representa cerca de 1/3 da exportação anual do Brasil”, detalhou o embaixador, observando que esse fenômeno tem o potencial de ser replicado para outros produtos brasileiros, como frutas, lácteos e aves.

Outro produto apontado pelo embaixador como atrativo à pauta de importação da China é o café brasileiro. Segundo ele, o gigante asiático é o maior consumidor emergente de café do mundo, com crescimento anual de aproximadamente 30%. “Nos primeiros 5 meses deste ano, as importações de café brasileiro pela China aumentaram mais de 20% em relação ao mesmo período do ano passado. Isso mostra a grande potencialidade de diversificação de produtos agrícolas comercializados. Queremos estimular a cooperação agrícola ao longo de toda a cadeia produtiva. A cooperação entre Brasil e China não pode ser apenas de produtos agrícolas, mas sim uma parceria estratégica de longo prazo”, afirmou.

Diante dessa pauta diversificada, Yang Wanming argumentou ainda que, atualmente, várias empresas chinesas estão interessadas em explorar parcerias conjuntas com empresas e fazendas brasileiras nas fases de pesquisa e desenvolvimento. Em contrapartida, o embaixador argumenta que o governo chinês espera que os brasileiros possam fornecer políticas facilitadoras ao investimento e cooperação nas áreas mencionadas.

A logística foi outro tema abordado por Wanming como um gargalo à competitividade que precisa ser superado. “Precisamos aprimorar a malha logística. Tenho visitado várias empresas e associações agrícolas e sinto que a logística é um entrave para elevar o nível para a nossa cooperação agropecuária e, ao mesmo tempo, é também uma grande oportunidade para investimentos. Precisamos explorar as cooperações na área de armazenamento de produtos agrícolas e na construção do sistema de logística. Isso permite reduzir os custos e elevar a eficiência da nossa cooperação no agronegócio, beneficiando o desenvolvimento de longo prazo de nossa cooperação agrícola e agropecuária”, apontou.

Também presente na reunião, Julian Zhu, diretor do Banco Industrial e Comercial da China (ICBC), falou sobre a instituição chinesa que está presente no Brasil há seis anos, facilitando os negócios entre os países. Dados da instituição, de 2018, apontam que foram transacionados entre os dois países US$ 100 bilhões em negócios, sendo 40% desse volume ligado ao agronegócio. “Os principais produtos financiados são proteínas como frango, porco e carne de vaca. Além de soja, milho, açúcar e etanol. Apoiamos outros setores também como fertilizantes, sementes e substâncias químicas”, disse.

Ainda segundo Zhu, a expectativa de crescimento da demanda chinesa de proteína animal para frangos, porcos e carne bovina deve levar o Brasil a dar um salto no aumento da produção e exportação. “A logística será importante para esse crescimento”.

Flavio Andreo, presidente da BelAgrícola, empresa fornecedora de insumos para produtores, com controle acionário chinês, falou também que enxerga potencial de investimento do gigante asiático no agronegócio brasileiro. “Temos trabalhando em parceria com o Banco de Desenvolvimento da China. Em 2018, conseguimos o primeiro crédito para agronegócio no mundo para capital de giro. O banco chinês financiou as compras do insumo no Brasil mediante a entrega dos grãos direto para a China, ajudando a fortalecer o vínculo com nossos parceiros. A China estende os braços ao Brasil e nos convida a ser parceiros de igual para igual. Ela nos trata não como inferiores, mas como país irmão”, concluiu.

Por Cristina Carvalho, Agência Indusnet Fiesp

Conheça o Doing Infrastructure in Brazil, guia para estrangeiros que desejam investir no país

Nesta segunda-feira (10/6), a Fiesp lançou o Guia para Estrangeiros que desejam investir no setor de infraestrutura brasileiro durante o workshop sobre novos investimentos no setor

O Brasil conta com inúmeras oportunidades de investimento em todas as áreas do setor de Infraestrutura. Bilhões de reais serão investidos nos próximos anos em Energia, Logística, Telecomunicações, Saneamento e Mineração. Para fazer frente a esses desafios, o país precisará atrair o capital privado nacional e internacional.

A fim de orientar estrangeiros que desejam investir no setor de infraestrutura brasileiro, a Fiesp e o Ciesp, em parceria com o escritório Madrona Advogados e a Alvarez & Marsal Consultoria Empresarial do Brasil, lançou o guia “Doing Infrastructure in Brazil” durante o workshop “Novos Investimentos em Infraestrutura”, nesta segunda-feira (10/6), na sede da Fiesp.

A publicação reúne orientações legais necessárias para a efetivação dos investimentos no país, dados econômicos e políticos atuais do país, que contextualizam as expectativas em relação ao plano de privatização defendido pelo governo, e o cenário atual de cada uma das áreas que constituem o setor de infraestrutura no Brasil (energia, saneamento, logística, telecomunicações e mineração).

Espera-se que as indústrias de gás natural e petróleo atraiam investimentos da ordem de R$ 2 trilhões nos próximos 10 -15 anos. Já para melhorar o desempenho logístico, o governo prevê investimentos de R$ 132,6 bilhões entre 2015 e 2025, levando o país a um sistema de transporte mais amplo e completo. Em relação à energia, espera-se que o consumo continue aumentando a uma taxa de 3% a 4% nos próximos anos, o que exigirá investimentos contínuos na expansão da capacidade de geração.

Acesse aqui o novo estudo Doing Infrastructure in Brazil.

Faça o download do Sumário Executivo aqui.

E clique aqui para conhecer todo o documento.

Por Mayara Moraes, Agência Indusnet Fiesp

Pequenas e médias indústrias podem se beneficiar com exportações

No encontro do Compi da Fiesp, diversas possibilidades foram debatidas, inclusive o comércio eletrônico que facilita a exportação para a micro e pequena empresa

As exportações não são porta de acesso apenas para grandes indústrias brasileiras, mas também para médias, pequenas e até mesmo as micros empresas. Esse foi o tema da reunião do Conselho Superior da Micro, Pequena e Média Indústria (Compi) da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) realizado na quinta-feira (21/3).

“Há sempre um receio do pequeno e médio empresário partir para a exportação, mas não é uma coisa complexa. Minha empresa vendia muito para multinacionais. Quando decidimos exportar, as multinacionais foram nossos intermediários. A partir delas, começamos a vender para suas filiais e matrizes. Mesmo sendo uma média empresa, cheguei a exportar 40% de minha produção para EUA, México e Europa”, contou Milton Antônio Bogus, presidente do Compi.

Thomaz Zanotto, diretor titular do Departamento de Relações Internacionais e Comércio Exterior (Derex), comparou o processo da tomada de decisão de exportação como uma academia de ginástica. “No começo parece difícil, mas o efeito no decorrer do tempo é positivo. A exportação obriga a empresa a cumprir prazos, assumir alguns riscos, investir em novos produtos, melhorar a linha de produção”, apontou Zanotto.

Ainda para Zanotto, o comércio eletrônico e as novas tecnologias voltadas a pagamentos internacionais são alguns dos facilitadores para pequenas e micro indústrias ao mercado mundial. “Estamos entrando em um mundo no qual o tamanho da empresa não a tira do comércio exterior, mas abre a ela a possibilidade de exportar e ter receita em dólar. O comércio eletrônico vai trazer a microempresa para o centro do comércio exterior”, destaca.

Tirso de Salles Meirelles, presidente do Conselho do Sebrae, também presente na reunião lembrou que, em momentos de crise, países competitivos zeram as cargas tributárias de suas empresas na exportação, mas que apesar de o Brasil ser um país com alta carga tributária, continua sendo competitivo. “Atualmente, o Brasil está na 127ª posição entre os países que mais têm burocracia, alta carga tributária e complexidade, mesmo assim continua sendo competitivo”, disse.

Por Cristina Carvalho, Agência Indusnet Fiesp