Bitcoin é cada vez mais popular entre os jovens

A Bitcoin voltou a entrar no radar de milhares de investidores no início de 2020, depois de crescer mais de 30% em pouco mais de um mês. A principal criptomoeda, que já tem mais de uma década, é especialmente procurada entre os investidores mais novos.

Já é mais popular até mesmo do que empresas como a Microsoft, a Netflix ou a Alibaba. Os Millennials (18-35 anos) preferem investir em Bitcoin do que em algumas das empresas mais populares do mundo. Os dados fazem parte do último relatório da gestora de investimentos Charles Schwab.

O Grayscale Bitcoin Trust (GBTC), que é um produto de investimento em Bitcoin, representa 1,84% dos ativos geridos pela Charles Schwab, à frente de algumas das maiores empresas do mundo. O mesmo não acontece com a Gen X e com os Baby Boomers, gerações em que a Bitcoin ainda não entra para o Top das opções de investimento.

Fonte: Charles Schwab

Mas esses não são os únicos dados que comprovam o interesse crescente dos jovens na Bitcoin. Nate Geraci, Presidente da ETF Store, empresa especializada em consultoria financeira, revelou recentemente que 90% dos Millennials registados na plataforma preferem investir em Bitcoin do que em ouro.

Jovens brasileiros também interessados em criptomoedas

Essa tendência é confirmada por um trabalho acadêmico sobre o perfil do investidor brasileiro em criptomoedas. A maioria é de jovens, sendo que a média de idade dos investidores brasileiros em criptomoedas é de 28 anos. Aproximadamente 57% dos investidores têm entre 20 e 30 anos. Apenas 10% têm mais de 41 anos.

A pesquisa, feita em 2018 para um trabalho do curso de Administração de Empresas da Fundação Getulio Vargas (FGV), mostra ainda que 69,7% dos investidores possuem uma renda mensal individual de até R$ 5.000, e apenas 13,3% possuem renda mensal individual superior a R$ 10.001.

Mercado ideal para os mais jovens?

Como o próprio estudo anterior indica, as criptomoedas acabaram por democratizar de alguma forma o acesso a investimentos, sendo que é mais favorável a investidores com rendas mensais mais baixas.

Com a crescente popularidade das criptomoedas, um mercado que já vale mais de 200 bilhões de Dólares, é natural que muitos vejam o potencial dessa indústria para investimentos. Recentemente, o bilionário Tim Draper defendeu que investir em criptomoedas é cada vez mais importante para os Millennials.

Em entrevista à FOX Business, questionado sobre qual a solução de investimento para gerações mais novas, argumentou que a Bitcoin e as criptomoedas são uma oportunidade para os mais novos começarem a construir um “império em um novo modelo”, em oposição ao sistema bancário atual, que considera ser “antiquado”.

Fonte: Jornal Contábil .

CCT vai debater regulação do mercado de criptomoedas no Brasil

A Comissão de Ciência, Tecnologia, Inovação, Comunicação e Informática (CCT) tem reunião na quarta-feira (15), a partir das 9h, para votar requerimentos e projetos que concedem ou renovam autorizações para serviços de radiodifusão comunitária.

Deve ser analisado ainda o requerimento do senador Flávio Arns (Rede-PR) para que a comissão faça audiência pública para debater a importância da regulação do mercado de criptoativos no Brasil, sob a perspectiva da proteção ao consumidor e da defesa da ordem econômico-financeira nacional.

De acordo com o requerimento, serão convidados para a audiência representantes do Banco Central, da Comissão de Valores Mobiliários, da Receita Federal, da Associação Brasileira de Criptoeconomia e da Associação Brasileira de Criptomoedas e Blockchain.

Os criptoativos são mais conhecidos como criptomoedas, como Bitcoin, Ethereum, Litecoin e Monero. São moedas virtuais que têm origem em uma tecnologia chamada Blockchain, que pode ser entendida como um livro caixa digital, transparente, com segurança reforçada, distribuído por vários computadores pelo mundo. O blockchain permite mais agilidade nos registros contábeis e reduz os custos das transferências de recursos internacionais.

Arns explica na justificação de seu requerimento que as criptomoedas são moedas digitais que não são emitidas nem garantidas por banco ou autoridade monetária.

“No Brasil, carecem totalmente de regulamentação as empresas que negociam ou fazem a intermediação desses ativos virtuais (conhecidas como exchanges), as quais agem livremente no mercado pátrio à míngua de qualquer supervisão ou fiscalização de órgãos governamentais. A falta de regulamentação e fiscalização desse setor representa sérios riscos aos consumidores e à higidez da ordem econômico-financeira, diante da possibilidade de uso de tais ativos virtuais para o financiamento de atividades ilegais diversas, tais como lavagem de dinheiro, evasão de divisas e tráfico de entorpecentes, ou mesmo para a obtenção de ganhos ilícitos em detrimento da coletividade, como a criação de pirâmides financeiras e outros mecanismos fraudulentos”, argumenta o senador.

Por Agência Senado  

Receita está de olho em transações de moedas virtuais

Fisco abre consulta pública para a criação de uma norma sobre prestação de informações pelas empresas que realizam operações de compra e venda de criptomoedas

A Receita Federal abriu nesta quarta-feira (31/10) consulta pública para a criação de uma norma sobre prestação de informações pelas empresas que realizam operações de compra e venda de moedas virtuais (criptomoedas ou criptoativos).

A mais famosa delas é o Bitcoin.

A instrução normativa em consulta pública também prevê declaração por parte de pessoas físicas e jurídicas quando utilizarem empresas no exterior ou não utilizarem os ambientes disponibilizados para as transações evolvendo criptomoedas.

De acordo com a Receita Federal, observa-se, no Brasil, um aumento significativo do mercado de criptoativos nos últimos anos, o que demonstra sua relevância no país, “principalmente para a administração tributária, tendo em vista que as operações estão sujeitas à incidência do imposto de renda sobre o ganho de capital porventura auferido”.

Apenas em dezembro de 2017, o total movimentado no Brasil, relativo a compras e vendas de Bitcoin, chegou a R$ 4 bilhões. Segundo a Receita Federal, para 2018, a previsão é que as negociações atinjam um valor entre R$ 18 bilhões e R$ 45 bilhões.

No final do ano passado, o presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, alertou para o risco de bolha no mercado de moedas virtuais. O banco chegou a divulgar comunicado oficial sobre os riscos desse tipo de moeda, que, além de não ser emitida, não tem a garantia de qualquer autoridade monetária.

CORRUPÇÃO E LAVAGEM DE DINHEIRO

A Receita Federal informou ainda que “tem sido noticiado pela mídia” a utilização de criptomoedas em operações de sonegação, corrupção e lavagem de dinheiro, no Brasil e no mundo.

“A busca de determinados agentes pelo anonimato, que se configura como um dos principais atrativos para o uso de determinados criptoativos, deve sempre ser combatida, inclusive pela autoridade tributária, a fim de aumentar o risco da prática criminosa”, acrescentou o órgão, em nota.

Obrigar as empresas a prestar informações relativas às operações de compra e venda de criptomoedas, vai permitir a verificação da conformidade tributária, segundo a Receita Federal, “além de aumentar os insumos na luta pelo combate à lavagem de dinheiro e corrupção, produzindo, também, um aumento da percepção de risco em relação a contribuintes com intenção de evasão fiscal”.

EXEMPLOS INTERNACIONAIS

Ao abrir a consulta a Consulta Pública nº 6, de 2018, a Receita Federal citou as ações tomadas por outros países na regulamentação das operações com criptomoedas.

Na Austrália, por exemplo, foi imposto às empresas que realizam essas transações obediência a normas de identificação, mitigação e combate à lavagem de dinheiro e ao financiamento ao terrorismo.

Dentre os principais pontos da norma, destacam-se a necessidade de identificação dos clientes, a manutenção dos arquivos por sete anos e o repasse das operações acima de determinado valor (U$$ 10 mil) para o órgão responsável pelo combate à lavagem de dinheiro.

De acordo com a Receita Federal, no caso da Coreia do Sul, em janeiro de 2017, o estado exigiu cobrança de impostos das empresas que negociam as criptomoedas, confirmação da identidade dos usuários, e aumento da transparência divulgando detalhes das transações ao público.

“Em relação à Europa, a Comissão Europeia propôs que as trocas de criptoativos e as carteiras digitais devem estar sujeitas a regulamentação, a fim de evitar a evasão fiscal. Nos Estados Unidos, a nível estadual, Nova Iorque criou regime específico de licenciamento aplicáveis às exchanges [empresas negociadoras de criptomoedas], enquanto o Texas aplica as leis e os regulamentos existentes para o setor financeiro”, informou.

A minuta em consulta pública está disponível na página da Receita Federal. As sugestões podem ser encaminhadas até as 18h do dia 19 de novembro.

 

Fonte: Diário do Comércio

Link: https://dcomercio.com.br/categoria/leis-e-tributos/receita-esta-de-olho-em-transacoes-de-moedas-virtuais