Produção industrial cresce em maio, após queda em abril, aponta CNI

Pesquisa mostra emprego sem queda por 11 meses consecutivos, alta utilização da capacidade instalada em e maior otimismo entre os empresários A Sondagem Industrial, pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI), aponta para resultados positivos em maio de 2021.

Pesquisa mostra emprego sem queda por 11 meses consecutivos, alta utilização da capacidade instalada em e maior otimismo entre os empresários

A Sondagem Industrial, pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI), aponta para resultados positivos em maio de 2021. A produção industrial, que tinha caído em abril, cresceu. O índice ficou em 52,8 pontos e é o melhor resultado para o mês desde 2017, o que indica um maio mais intenso do que os quatro anos anteriores. O índice varia de 0 a 100, com linha de corte em 50 pontos, os dados acima desse valor indicam crescimento e abaixo, queda na comparação com o mês anterior.

Além disso, o índice de evolução do número de empregados subiu para 51,1 pontos, se afastando da linha de 50 pontos. Já são 11 meses seguidos sem que o índice registre queda do emprego na indústria. A Utilização da Capacidade Instalada (UCI) alcançou 70% em maio de 2021, após crescimento de dois pontos percentuais em relação a abril. A UCI se encontra 15 pontos percentuais acima da registrada em maio de 2020, que foi o primeiro mês de recuperação após a crise da primeira onda de Covid-19. O percentual é o maior para o mês desde 2014, quando alcançou 71%.

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O índice de estoque efetivo em relação ao planejado registrou 49,2 pontos em maio, um recuo de 0,4 ponto na comparação com abril.  Ainda assim, o índice permanece relativamente próximo à linha de 50 pontos que indica que os estoques estão próximos ao planejado pelas empresas.

O gerente de Análise Econômica, Marcelo Azevedo, explica que é importante notar que os estoques seguem próximos ao desejado. Esse fato, aliado a atividade positiva, se reflete nas expectativas positivas para os próximos meses.

“É diferente do que ocorreu no ano passado, quando houve um pessimismo generalizado, em março e abril com o início da pandemia. Neste ano, mesmo em março, quando percebemos uma queda, os empresários nunca deixaram de ficar otimistas e, desde então, esse otimismo vem aumentando”, avalia.

Intenção de investimento acima da média histórica

O otimismo dos empresários industriais em relação aos próximos seis meses voltou a crescer em junho. O índice de expectativa de demanda aumentou 1,2 ponto em relação a maio e está 11,2 pontos superior ao registrado em junho de 2020. Esse é o maior nível do indicador em 2021. O otimismo em relação à exportação permaneceu praticamente constante em relação ao mês anterior: alta de 0,1 ponto.

A intenção de investimento aumentou em relação a maio e segue acima da média histórica. O índice de intenção de investimento alcançou 57 pontos em junho de 2021. Trata-se de alta de 1,2 ponto em relação a maio. O índice se encontra 15,6 pontos acima do registrado em junho de 2020.

Por: Adriana Nicacio

Foto: José Paulo Lacerda/CNI Infografia: Daniel Pedrosa Da Agência CNI de Notícias

47% das indústrias adotaram medidas trabalhistas para enfrentar crise, aponta CNI

Levantamento aponta que medidas trabalhistas têm sido relevantes para que empresas atravessem a crise com melhores condições para preservar empregos. Medidas sanitárias também têm sido amplamente adotadas

As medidas trabalhistas anunciadas no contexto da pandemia do novo coronavírus, principalmente na forma das medidas provisórias 927 e 936, têm sido instrumentos relevantes para o setor produtivo enfrentar o período mais grave da crise. Pesquisa encomendada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) mostra que 39% das empresas industriais haviam celebrado acordos individuais de redução de jornada e salário. Paralelamente, 22% das indústrias haviam realizado a suspensão temporário de contratos de trabalho nos últimos 45 dias. Ao todo, 47% das empresas entrevistadas afirmar ter adotado uma das alternativas isoladamente ou ambas.

Os dados estão no levantamento Os impactos da pandemia na indústria brasileira, realizado pelo Instituto FSB Pesquisa entre 15 e 25 de maio e que ouviu 1.017 empresas industriais em todo Brasil. “A pesquisa mostra que as medidas trabalhistas, que resultaram em mais de 8 milhões de acordos individuais para redução de jornada e salário e suspensão de contratos de trabalho, foram importantes para a preservação de empregos”, analisa o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade.

Pesquisa mostra alcance das medidas trabalhistas

Para o presidente do Conselho de Relações do Trabalho da CNI, Alexandre Furlan, o número é expressivo porque mostra adesão de parte significativa indústria em um período em que começavam a se esgotar as primeiras medidas adotadas pelas empresas ainda em março, como a concessão de férias coletivas, antecipação de férias, entre outras que vinham sendo pactuadas com sindicatos de trabalhadores. “O dado é importante porque mostra que a MP 936 veio em hora oportuna e ajudará as empresas a se manterem ativas com manutenção de postos de trabalho”, avalia.

A pesquisa também buscou entender o tempo médio de duração dos acordos individuais celebrados entre empresas e trabalhadores. Em relação à redução proporcional de jornada e salários, metade dos acordos terá duração de três meses, enquanto 31% serão de dois meses e 13%, de um mês. Entre as empresas que realizaram a suspensão do contrato de trabalho, 79% relataram que o prazo será de dois a três meses. O dado sugere que parte desses acordos tenha sido celebrado via negociação coletiva (art. 476 da CLT), que permite a suspensão por por prazo maior do que o permitido pela MP 936.

Empresas continuarão adotando medidas sanitárias mesmo com fim da pandemia

A pesquisa também buscou investigar como as empresas estão lidando com os desafios de evitar a contaminação de trabalhadores no ambiente de trabalho. De acordo com o levantamento, 96% avaliam como muito importante (78%) ou importante (18%) a adoção de medidas de segurança contra a covid-19 dentro da empresa, como o uso de máscaras e distanciamento mínimo entre as pessoas.

Dentre as medidas, a mais adotada foram os esforços adicionais de limpeza e de higienização do ambiente de trabalho, que 96% das indústrias ouvidas disseram ter adotado e 93% afirmam vão continuar a adotar. A segunda iniciativa mais citada foi a divulgação de campanhas de saúde e prevenção, colocadas em prática por 81% das entrevistadas e que será mantida por 77%. A liberação de trabalhadores em grupos de risco para a covid-19 foi adotada 73% das empresas.

Entre as empresas que pretendem manter as medidas adicionais de segurança, 98% assinalam os esforços de limpeza e higienização do ambiente de trabalho e dos equipamentos individuais. O mesmo percentual é citado para a oferta de equipamentos de proteção individual, como máscaras e luvas, e de materiais de higiene pessoal.

A Indústria contra o coronavírus: vamos juntos superar essa crise

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Por Guilherme Queiroz / Agência CNI de Notícias