Carteira de crédito deve crescer quase 7% em 2019

Segundo pesquisa FEBRABAN de Economia Bancária, o crédito livre para pessoas físicas é o principal responsável pelos bons resultados

[caption id="attachment_37669" align="alignleft" width="840"] Businessman changes statistics in positively[/caption]

Está em alta a concessão de empréstimos pelos bancos no país. O bom ritmo de crescimento da carteira de crédito livre, no qual não há direcionamento obrigatório para os recursos, deve se manter até o final do ano, é o que acreditam 61% dos participantes da Pesquisa FEBRABAN de Economia Bancária. O levantamento é feito a cada 45 dias, logo após a divulgação da ata da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom). No mês de maio, 20 bancos participaram da pesquisa. Juntos, eles representam cerca de 80% do mercado de crédito brasileiro.

A pesquisa tem como objetivo captar as percepções das instituições financeiras sobre a última ata do Copom e as projeções para o desempenho do mercado de crédito para o ano corrente e o próximo.

As perspectivas positivas com relação ao crédito livre levaram a uma ligeira revisão para cima da projeção média para o desempenho da carteira total neste ano: de 6,6% de aumento, em abril quando foi realizada a edição anterior da pesquisa, para 6,8%, em maio. Esse comportamento reflete a continuidade dos resultados positivos do mercado de crédito, cujo crescimento do desempenho saltou de 5,0% em dezembro de 2018 para 5,7% em março deste ano na comparação interanual.

Para 2020 houve ligeira melhora da projeção média para a carteira total de aumento de 7,7% (abril) para 7,8% (maio).

A revisão para cima, da expectativa de crescimento do crédito total, decorre de expectativas mais otimistas para o desempenho do crédito livre, cuja projeção de expansão para este ano avançou de 10,7% em abril, para 10,9% em maio.

Na carteira livre, a revisão para cima ocorreu no crédito voltado às pessoas físicas, cuja projeção de crescimento médio avançou de 11,2% (na pesquisa de abril) para 11,8% em maio. A melhora na projeção inclui tanto o aumento no saldo do crédito pessoal (de 10,2% para 11,2%), quanto financiamento de veículos (de 12,5% para 13,2%).

A expectativa de inflação mensal mais moderada no segundo semestre e patamar historicamente baixo da inadimplência e da taxa Selic estão entre os fatores que permitem uma avaliação positiva da evolução do mercado livre de crédito para 2019, de acordo com os especialistas dos bancos ouvidos na pesquisa. Outros pontos mencionados foram a expectativa de retomada gradual do crescimento econômico a partir de julho, melhora do mercado de trabalho com aumento da população ocupada e possibilidade de menor incerteza no cenário global.

Taxa Selic As perspectivas positivas para o mercado de crédito vieram acompanhadas de aumento da expectativa para a redução da Selic. Na pesquisa realizada em abril, 100% dos respondentes acreditavam que o Banco Central manteria a taxa básica de juros nos patamares atuais até o final do ano. Já, na última edição, o cenário base é de redução de juros para 25% dos participantes.

Entre os motivos mencionados para a intensificação do ciclo de afrouxamento monetário estariam a queda da taxa neutra de juros (a taxa que não provoca pressão inflacionária ou deflacionária) decorrente da frustração da retomada do crescimento econômico, queda dos gastos públicos e de subsídios no crédito. Com a confluência desses fatores, a Selic a 6,5% a.a. não estaria em um nível expansionista e necessitaria de cortes adicionais, na avaliação dos especialistas consultados.

A pesquisa indagou qual seria o gatilho para o Copom voltar a reduzir os juros, supondo que a atividade econômica siga fraca nos próximos meses. A maior parte dos especialistas (42,1%) considera que o sinal para a volta de cortes na Selic seria a aprovação da reforma da Previdência em dois turnos no Plenário da Câmara.

No entanto, uma parcela igualmente significativa (36,8%) não enxergou nenhuma relação entre os estágios de aprovação da reforma e a decisão do Copom. Para o grupo, o Comitê levará outros fatores em consideração, além da Previdência, para definir a evolução da Selic, tais como inflação e expectativas e projeções de indicadores macroeconômicos. Além disso, tais analistas acreditam que a própria aprovação da reforma da previdência, ao reduzir o nível de incerteza, levaria a uma recuperação econômica mais intensa, não necessitando de novos cortes da taxa Selic.

O conteúdo na íntegra edição de maio da Pesquisa FEBRABAN de Econimia Bancária está disponível no link https://portal.febraban.org.br/pagina/3235/21/pt-br/expectativas.

Por Febraban