IPCA-15 varia 0,72% em abril

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) variou 0,72% em abril, mostrando aceleração em relação à taxa de 0,54% de março. A variação de 0,72% é a maior para um mês de abril desde 2015, quando o índice foi de 1,07%. No ano, o IPCA-15 acumula alta de 1,91% e, em 12 meses, de 4,71%, resultado acima dos 4,18% registrados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em abril de 2018, a taxa foi de 0,21%.

Apenas o grupo Comunicação (-0,05%) apresentou deflação de março para abril, conforme mostra a tabela a seguir. No lado das altas, os Transportes tiveram a maior variação, 1,31%, e o maior impacto, 0,24 ponto percentual (p.p.). O segundo maior impacto (0,23 p.p.) ficou com o grupo Alimentação e bebidas (0,92%), que desacelerou em relação à taxa do mês anterior (1,28%). Já o grupo Saúde e cuidados pessoais registrou a segunda maior variação (1,13%), contribuindo com 0,14 p.p. de impacto. Juntos, os três grupos corresponderam a cerca de 85% do índice do mês. As demais variações ficaram entre 0,06%, de Educação, e 0,57%, de Vestuário.

O grupo dos Transportes, que havia apresentado alta de 0,59% em março, acelerou para 1,31%, principalmente por conta dos combustíveis (3,00%) e, particularmente, da gasolina (3,22%), que teve o maior impacto individual no índice do mês (0,14 p.p). A única região com queda no preço da gasolina foi Goiânia (-1,62%). Já a maior alta foi na região metropolitana de Porto Alegre, onde o preço nas bombas de combustível subiu, em média, 9,73% na comparação com o mês anterior. O etanol (de 2,64% para 2,74%) e o óleo diesel (de 0,67% para 1,06%) também subiram, com leve aceleração no nível de preços de um mês para o outro.

Ainda em Transportes, destaca-se a variação dos ônibus urbanos (1,04%), em função de reajustes observados nas seguintes regiões:

• Porto Alegre (8,30%) – reajuste de 9,30%, a partir de 13 de março; • Recife (4,23%) – reajuste de 7,81%, a partir do dia 2 de março; • Curitiba (3,21%) – reajuste de 5,88%, a partir de 2 de março; • Salvador (3,20%) – reajuste de 8,11%, a partir de 2 de abril.

Outros meios de transporte público, como o trem (3,05%) e o metrô (0,68%), também tiveram seus preços reajustados em algumas áreas pesquisadas. No primeiro, a alta reflete o reajuste de 27,30% no valor da passagem em Porto Alegre (23,89%), vigente desde 13 de março. No segundo, o resultado deve-se ao reajuste de 6,98% na tarifa do Rio de Janeiro (2,79%), que entrou em vigor no dia 2 de abril.

As passagens aéreas (5,54%) também subiram de março para abril, embora tenham desacelerado em relação ao mês anterior, quando a alta foi de 7,54%.

No grupo Alimentação e Bebidas (0,92%), a alimentação no domicílio variou 1,43%, após subir 1,91% em março. O destaque ficou com o tomate (27,84%), segunda maior contribuição individual no índice do mês, com 0,07 p.p. Também contribuíram para esse resultado as carnes (1,55%) e as frutas (3,36%), ambas com 0,04 p.p. de impacto. A cebola, que havia tido deflação em março (-0,34%), subiu 13,44% em abril, e a batata-inglesa, cuja alta havia sido de 25,59% no mês anterior, desacelerou, variando 6,10%. Já o feijão-carioca caiu 2,38% no mês, frente à alta de 41,44% em março.

A alimentação fora (0,00%), por sua vez, ficou estável de um mês para o outro. Enquanto a refeição teve queda de 0,27% em abril, o lanche registrou alta de 0,46%.

O resultado do grupo Saúde e cuidados pessoais (1,13%) foi influenciado principalmente pelo item higiene pessoal (2,61%), cujo impacto foi de 0,07 p.p. Dentro desse item, o destaque foram os perfumes, que haviam subido 0,49% em março e aceleraram para 6,94% em abril. Cabe mencionar ainda a alta dos remédios (0,72%), refletindo parte do reajuste anual, em vigor desde 31 de março, cujo teto é de 4,33%.

Em Habitação (0,36%), o item energia elétrica subiu 0,58% em abril, pouco acima do registrado em março (0,43%). As regiões pesquisadas tiveram variações que vão desde a queda de 3,40%, em Belo Horizonte, até a alta de 9,46%, no Rio de Janeiro, onde foram concedidos reajustes médios de 11,53% e 9,72% nas concessionárias, vigentes desde 15 de março. No dia 1º de abril, esses reajustes foram reduzidos para 8,80% e 7,30%, respectivamente.

O resultado do item gás encanado (0,84%) reflete reajustes em duas áreas pesquisadas. Em Curitiba (16,48%), houve a apropriação integral do reajuste de 16,48% nas tarifas, vigente desde 28 de fevereiro, e que ainda não havia sido apropriado nos índices. Já em São Paulo, a queda de 1,58% é reflexo da redução de 11,00% para 9,00% no reajuste aplicado, sendo o primeiro percentual vigente desde 1º de fevereiro e, o segundo, desde 1º de março.

Ainda em Habitação, a variação de 0,47% na taxa de água e esgoto é consequência dos reajustes de 15,86% em Fortaleza (11,31%), a partir de 24 de março, e de 2,99% em Brasília (1,29%), vigente desde 1° de abril.

Em Comunicação (-0,05%), a variação negativa do mês deveu-se ao item telefone fixo (-0,29%), por conta da redução média de 7,50% no valor das tarifas de fixo para móvel, a partir de 25 de fevereiro. Já o resultado do item correio (2,19%) reflete o reajuste de 13,90%, em vigor a partir de 06 de março, em um dos serviços no Rio de Janeiro (2,19%), única área a apresentar peso para o item em questão no IPCA-15.

No que diz respeito aos índices regionais, oito das 11 áreas pesquisadas tiveram aceleração no nível de preços de março para abril. O menor índice foi registrado no município de Goiânia (-0,01%) – única área com deflação – em função, especialmente, da queda nos preços da gasolina (-1,62%). Já o maior resultado foi na região metropolitana de Porto Alegre (1,27%), onde, além da alta nos preços da gasolina (9,73%), houve também reajuste de 9,30% na tarifa de ônibus urbano (8,30%), vigente desde 13 de março.

Para o cálculo do IPCA-15, os preços foram coletados no período de 16 de março a 12 de abril de 2019 (referência) e comparados com aqueles vigentes de 13 de fevereiro a 15 de março de 2019 (base). O indicador refere-se às famílias com rendimento de 1 a 40 salários mínimos e abrange as regiões metropolitanas do Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife, São Paulo, Belém, Fortaleza, Salvador e Curitiba, além de Brasília e Goiânia. A metodologia utilizada é a mesma do IPCA, a diferença está no período de coleta dos preços e na abrangência geográfica.

Por Agência de Notícias IBGE